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1º CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO ESCOTEIRA

 

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  Esse é uma adaptação de um relatório de participação no evento, apresentado a Região do Rio Grande do Sul, onde se relata a cronologia dos eventos e aqueles tópicos julgados relevantes.

  • Período: 5 a 7 de setembro de 2015
  • Local: O evento ocorreu no campus da Universidade de São Paulo, campi Leste.
  • Tema: Escotismo – Educação para a vida
  • Desenvolvimento:

Será apresentada a sequência dos eventos assistidos com o destaque para aqueles pontos do conteúdo que julgamos importantes, sem que necessariamente concordemos ou discordemos deles, representam o ponto de vista apresentado pelos autores para reflexão.

DIA 5

08 h – Recepção, confirmações das inscrições entrega de material

09 h 15 min – Abertura do Congresso (Coordenação do Congresso, Diretores Escoteiros do Brasil, Direção USP e outros convidados), presentes João Armando, Presidente do Comitê Mundial do Movimento Escoteiro; Fernando Brodeschi, membro do Comitê Escoteiro Mundial; Oscar Vitor Palmquist, vice-presidente da União dos Escoteiros do Brasil, Marcos Carvalho, Diretor de Método Educativo da União dos Escoteiros do Brasil e presidente do evento; Vanessa Cristina Randig, vice-presidente do evento; Rosely Imbernon, coordenadora da Comissão Científica; Lívio Jorge, presidente da Região Escoteira de São Paulo e demais autoridades.

Consistiu em sessão protocolar de instalação do evento, com discursos, vídeos institucionais, discursos e entrega de condecorações e agradecimentos.

10 h15 min – Intervalo e café

Momento de confraternização e conversas informais

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10 h 45 min – Conferência de Abertura – O Escotismo como ambiente de aprendizagem – Dr. João Armando Gonçalves – Presidente do Comitê Escoteiro Mundial.

Resumidamente, iniciou mostrando biografias de ex-membros de seu grupo escoteiro de origem e como o escotismo repercutiu na vida dessas pessoas. Então, relacionou com os princípios do movimento.

Afirmou que “o escotismo é um tempo de passagem onde as pessoas podem sair melhor do que entraram e alguns ficam para ajudar outros nessa trajetória”.

Compreensão dos adultos sobre o método que aplicam, seus aspectos intuitivos, simples, treinamento para cidadania, proposta educativa, relação de objetivos educativos com atividades escoteiras; gestão de objetivos, atividades e progressão pessoal.

Discorreu sobre o ambiente de aprendizagem oferecido pelo escotismo, a importância de relacionar os fundamentos com a realidade local que condicionem sua aplicação.

Papel do adulto como um animador do processo e não como a peça mais importante ou de destaque, permitindo que os jovens criem seus ambientes, e a importância do adulto perceber que não é o centro da atividade.

Entre tantos outros tópicos, destacam-se os acima. Houve sessão de perguntas muito proveitosa onde o principal conceito solidificado foi de que:

“A instituição não pode desviar o chefe (animador) do principal (atenção ao jovem)”.

 

12 h 15 min – Almoço – Incluído no evento, com todos os participantes juntos.

 

13 h 45 min – Palestra: O Movimento Escoteiro no Contexto da Educação não formal – Hector Carrer

Discussão do modelo de escolas atual e esgotamento deste modelo e a incapacidade de dar resposta a todas as demandas sociais, questionamento sobre a escola tradicional e o conceito de educação não-formal. A diluição dos limites entre educação formal, não-formal e informal.

As relações de complementaridade entre as formas de aprendizado, relações de suplência e de substituição.

A instalação da educação na agenda dos governo e da sociedade em geral, a preocupação com temas de equidade e qualidade.

A formulação de uma assertiva sobre o escotismo que pode soar impactante para alguns adultos no movimento escoteiro, quando disse: “Nossa maior tradição é a inovação”.

Discussão sobre números absolutos apresentados e falta de relação com efeito prático, tal como: “Formamos 1500 escotistas”. “E daí? Qual foi o resultado disso para o movimento? Qual o impacto os grupos?”

Reflexão sobre a complexidade dos guias elaborados, e como as formas de comunicação podem ser ampliadas.

 

15 h 15 min – Café com pôster

Momento onde os autores de trabalhos apresentados na forma de pôster permaneciam junto aos seus trabalhos para discussão com os interessados

 

16 h – Oficinas de Instrumentalização para os Adultos

Nesse ponto, cada participante poderia assistir a somente uma das oficinas oferecidas, participamos de “Mediação da educação presencial e a distância”, que discutiu o aspecto do mestre como um mediador no processo de construção do conhecimento. Ministrada por Adriano Bezerra Chaves.

18 h – Encerramento das atividades do dia

DIA 6

08 h 30 min – Palestra: Interdisciplinaridade e Complexidade: Uma possibilidade de desfragmentar a realidade – Dra. Maria Elena Infante-Malachias, que foi substituída por outros motivos pela Dra. Fabiana Pioker-Hara

Abordada a definição de interdisciplinaridade e seus três níveis, as diferentes formas de conhecimento, a evolução do conhecimento humano.

Diferenciação da multidisciplinaridade, transdiciplinaridade e interdisciplinaridade.

A evolução do conceito de “aluno”, que era o ser “sem luz”, dentro do antigo modelo de ensino e as influências até hoje presentes da “Ratio Studiorum”.

10 h – Intervalo e café

10 h 45 min – Conferência – Propósito do Escotismo e seu papel junto à educação formal – Dr. Eduard Vallory

Discute a importância do documento da UNESCO, “Rethinking Education”, 2015, demonstrando o esgotamento da escola padronizada, industrial, concebida no século XIX e a relevância de criar método, conteúdo e espaços de aprendizagem, desnudando a necessidade de um momento de profunda revolução na educação mundial, face as mudanças que já ocorreram no mundo e sociedade.

Reformular o propósito da educação, enfocando o aprender a aprender em um entorno de crescimento tecnológico exponencial, com gestão de informação massiva.

Qual será a oferta tecnológica disponível em 15 anos e qual a relevância do tempo perdido na escola?

Discutiu a importância de reconhecer no escotismo aquilo que são ferramentas, tais como um uniforme, distintivos, técnicas de campo, etc. e diferenciá-los do que é o fim, ações educativas, que ativem a aprendizagem. A importância de não se apegar a tradições para justificar os meios, uma fez que o que deveria importar é o fim educativo.

Enfatizou a importância do protagonismo dos jovens com os adultos atuando a distância e o aspecto da formação do escotista que adota métodos de educação formal e podem leva-lo a repetir esses enfoques na tropa.

“Escotismo não tenta estabelecer uma visão particular de como a sociedade deveria ser, mas forma cidadãos com valores inclusivos.”

12 h 15 min – Almoço

13h 45 min – Seminários sobre aplicação do Método Escoteiro

Nesse ponto, cada participante do congresso poderia assistir a somente um dos seminários, de acordo com seu interesse, porque eram simultâneos.

  • O processo de socialização de crianças apoiado por um Fundo de Cena – Sônia Maria Gonçalves Jorge;
  • As atividades escoteiras e a formação da identidade – Fabio Conde.
  • A Contribuição do Método Escoteiro no desenvolvimento da autonomia – Vanessa Cristina Melo Randig e Luiz Cesar de Simas Horn; Esse foi o que assistimos, com ênfase no conceito de autonomia e seu desenvolvimento psicológico e pedagógico nos diferentes momentos da vida do jovem, sua evolução constante, suas relações com a prática escoteira e as diversas interpelações necessárias.

15 h 15 min – Café com pôster

16 h – Apresentação oral de trabalhos

Nesse ponto, quatro salas funcionavam simultaneamente com apresentações no formato de temas-livres, previamente inscritas e selecionadas pela comissão científica. Houve trinta e quatro trabalhos inscritos. Era possível trocar de sala sempre que quisesse, permitindo assistir de quatro a cinco trabalhos diferentes, de acordo com o interesse pessoal.

Assistimos os seguintes trabalhos, que constam no boletim de resumos, disponível em:

http://escoteiros.org.br/arquivos/agenda/2015/congresso_brasileiro_educacao_escoteira/boletim_de_resumos_congresso_educacao.pdf

1 – Dirigindo um carro com um remo: As incongruências na gestão da organização escoteira, autores Fernanda Vogt, Gabriel Perdigão e Leandro Lunelli

2 – A escoteira muçulmana: um breve ensaio sobre escotismo, islã e gênero, autora Thaís Lacerda Carvalho

3 – Mowgli, o mito do herói vivido no movimento escoteiro, autora Taís Leistenschneider

4 – Inclusão de pessoas com deficiência no movimento escoteiro, autor João Henrique Ortiz Rosa e Andréia Cristina Ribeiro

5 – Relato de uma experiência: o uso de metodologias lúdicas no ensino de graduação, autor Marcio Acselrad.

 

18h – Encerramento das atividades do dia

 

DIA 7

08h 30 min – Debate: Mesa com conferencistas e especialistas convidados (Tema: Educação para a vida)

Aqui houve uma inversão prática, com o intervalo e café passando para a parte final e essa sessão de debates foi fusionada com as questões e encaminhamentos, tornando o processo mais dinâmico, interessante e participativo.

Também aqui foram respondidas as questões formuladas pela plateia nos dois dias anteriores de trabalhos e que não haviam sido contempladas por falta de tempo.

 

10h 30 min – Intervalo e café

11h – Questões e formulação de encaminhamentos

12h 30 min – Encerramento

 

  • Conclusões:

A parceria com a Universidade trouxe, entre tantos benefícios, a publicação de um livro de resumos com ISBN, portanto uma publicação com valor acadêmico.

A criação de um grupo de pesquisadores interessados em educação no escotismo, cadastrados no CNPq, através de currículos da Plataforma Lattes, pré-requisito para participar no grupo.

A sugestão de realizar o evento a cada três anos, para haver tempo de sedimentar novas pesquisas.

A realização de um evento livre de assembleias deliberativas ou votações, permitiu que todos estivessem muito focados no viés acadêmico do processo, resultando em um evento muito rico, de muito aprendizado, onde até as conversas nos intervalos versavam sobre educação.

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