Monthly Archives: Maio 2012
Boas Notícias
Recentemente, são muitas as boas notícias envolvendo os Escoteiros do Brasil e se têm muitas razões para otimismo e celebrações. Algumas merecem ainda mais destaque como o crescimento do efetivo, o final da atualização do Programa Educativo com as publicações do ramo Pioneiro (18 a 21 anos), o Jamboree Nacional, Curso Dirigente de Grupo Escoteiro à Distância e a publicação do Manual de Reconhecimento.
Em 16 de abril, o chefe Altamiro Vilhena, membro do Conselho de Administração Nacional dos Escoteiros do Brasil, partilhou em seu blog (http://altamironocan.wordpress.com) as seguintes informações: “Em 31 março o contingente da União dos Escoteiros do Brasil se encontrava 39% acima do que apresentávamos na mesma data em 2011. Três Regiões já ultrapassaram o total de registros de 2011: Amazonas, Alagoas e Tocantins. O Pará e o Amapá já duplicaram o número de registros em relação a março de 2011 e logo devem atingir o contingente de 2011. Mantendo o número de registros, São Paulo já deverá chegar a 10 mil associados até o final de abril. A maior parte das Regiões apresentam maior número de registros do que na mesma data em 2011. Apenas quatro regiões, duas no norte e duas no nordeste mantém-se com números em declínio. É importante que a Diretoria Nacional foque estas regiões com vistas a reverter este quadro.”
Estamos crescendo muito, finalmente retomando a curva ascendente que foi a marca a partir de meados dos anos 1990 e que foi interrompida, quando se experimentou uma grande evasão e dificuldades enormes de crescimento. Parece que finalmente a página foi virada e o escotismo brasileiro terá a penetrância que merece na população.
Outra boa notícia há muito esperada foi a conclusão da atualização do Programa Educativo com as publicações do ramo Pioneiro, que encerram este trabalho. Enfim voltamos a ter o programa completo para todos os ramos, obedecendo a mesma lógica, atualizado, moderno e motivador, tanto para os jovens como para os chefes. Somado a isto, os já consagrados Concurso de Fotografia, Jamboree na Internet, Mutirões de Ação Ecológica e Mutirões de Ação Comunitária que sempre são atividades envolventes e muito boas de serem desenvolvidas, anualmente editados.
A proximidade de um grande evento nacional também impulsiona o crescimento e a motivação. São muitas as expectativas para o V Jamboree Nacional e se percebe, pelo programa preliminar, que há muita dedicação e empenho para o sucesso do evento.
Também merece destaque a realização do primeiro Curso Dirigente de Grupo escoteiro a distância, promovido via internet, onde cada aluno pôde realizar a curso de qualquer computador, de acordo com sua disponibilidade de tempo. Oferecia conteúdo excelente, apostila para download e um formato de desenvolvimento muito bom, incluido avaliações. Certamente muitas novidades virão neste campo onde apenas se iniciou a caminhada.
Após dois anos de trabalho, foi publicado e está disponível para download no site www.escoteiros.org.br o recém-criado Manual de Reconhecimento com mudanças e novidades nas condecorações escoteiras, apresentando novas medalhas e ampliando as possibilidades de reconhecimento para o nível local, ou seja, aqueles chefes que trabalham nos grupos escoteiros, sem estarem ligados aos escritórios administrativos. Popularizou a informação, jogou luz sobre o processo e possibilitou que qualquer pessoa faça o pedido de reconhecimento de forma simples.
Experimentamos esta onda de boas notícias e novidades também no nível Local, que certamente é o objetivo de tantos avanços. O Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS nos últimos cinco anos consecutivos conquistou o Troféu Grupo Padrão, nível Ouro. Somos penta! Experimentamos o crescimento constante de nosso efetivo, que resultou em um prêmio Aurélio Azevedo Marques. Houve a Declaração de Utilidade Pública Municipal, Diploma de Reconhecimento da Câmara Municipal de Vereadores, além das conquistas individuais, refletidas pelos diversos distintivos especiais alcançados pelos jovens. Após sermos o maior contingente do Rio Grande do Sul no Jamboree Mundial de 2007 e participarmos com 9 integrantes no Jamboree Mundial de 2011, seremos 30 participantes no Jamboree Nacional em julho deste ano, no Rio de Janeiro. Sem dúvida, este é um ciclo muito virtuoso, reflexo das mudanças.
Medalhas e Reconhecimento
No último Congresso Nacional Escoteiro realizado em São Luís, a comissão encarregada de revisar as condecorações escoteiras apresentou o resultado de seu extenso e detalhado trabalho, com a revisão das medalhas existentes, criação de novas comendas e também de outras formas de reconhecimento, como o Pin do Cônjuge.
Sem dúvida um trabalho de fôlego, que merece elogios e que por várias vezes destaca a preocupação de reconhecer o nível local. Isto atende a grande população dos chefes, pois é no nível local e no interior do país, onde a maioria dos escotistas atua e este é o trabalho mais importante, uma vez que o jovem é a razão de existir do escotismo. Todavia, as condecorações são mais frequentemente destinadas aos chefes ligados aos níveis regional e nacional de administração do escotismo.
Corrigir este viés era uma questão antiga que precisava ser enfrentada. Contudo outros três pontos permanecem obscuros. O primeiro deles diz respeito a como estas pessoas serão identificadas. Atualmente, é necessário que outra pessoa do grupo escoteiro tenha conhecimento sobre as condecorações e seu processo de concessão e provoque a Comissão Regional para a avaliação do caso. Isto é raro e difícil, muitos diretores e chefes reconhecem o merecimento dos seus colegas de grupo mas desconhecem as condecorações, seus critérios e como solicitá-las. É eticamente inadequado o chefe Mutley, como do desenho animado, que só ajudava o Dick Vigarista em troca de medalhas. Traduzindo, é descabido solicitar uma condecoração para si mesmo. No outro extremo, vemos chefes muito dedicados, que merecem todas as honrarias mas não estão nem um pouco preocupados com elas porque estão envolvidos demais com seus grupos e crianças. Como reconhecê-los ?
Talvez isto pudesse ser resolvido com uma busca mais ativa pelas Regiões das pessoas merecedoras, quer seja através do SIGUE que hoje possibilita o acesso a vida escoteira, quer seja através da consulta pessoal as diretorias dos grupos que poderiam passar as informações. O maior exemplo é a Medalha de Bons Serviços. Quem de nós não conhece ou teve chefes brilhantes, dedicados, que sustentam seus grupos com trabalho e até dinheiro nos momentos de dificuldade, com muitos anos de dedicação e que nunca foram reconhecidos simplesmente porque seus pares desconhecem os caminhos.
Esta situação é ainda mais percebida nos grupos do interior, muito próximos de suas comunidades mas distantes das capitais e grandes cidades. Usualmente o trabalho nas comunidades menores é muito bom porque todos se conhecem e se ajudam mutuamente, somando esforços da população para o progresso do grupo. Os chefes funcionam como agregadores e canalizadores dos potenciais locais, formando uma grande rede de contatos, invisível aos Escritórios Regionais. Reforçando este argumento, vejam quantos grupos do interior recebem a distinção Grupo Padrão, comparados proporcionalmente aos grupos dos grandes centros urbanos.
Isto remete ao segundo ponto que é o critério para a concessão ou não, mas principalmente para a definição do grau da condecoração. Novamente se observam chefes com longas trajetórias e dedicação, que muitas vezes já atuaram em diferentes níveis mas que recebem comendas inferiores, baseadas em parte dos fatos de sua vida, a outros com história mais breve e menos intensa, mas onde seus pares souberam melhor apresentar as razões. Esta é outra situação onde uma breve consulta ao SIGUE ajudará a corrigir as dicotomias.
A terceira questão é a situação sugerida de vinculação de uma condecoração como sequência da outra. O recém criado Tucano de Prata é destinado a atuação no nível local, onde o pré-requisito é a Cruz de São Jorge há pelo menos cinco anos. Esta foi também ampliada para o nível local, o que é muito bom, mas apresenta como pré-requisito a Medalha de Gratidão grau Ouro há dois anos pelo menos. Aqui o nó se fecha. O Manual é muito explícito nas páginas 10 e 11 ao afirmar que aqueles que atuam no nível local deverão receber o grau bronze. O grau Ouro é destinado para “dirigentes com destacada atuação por mais de duas gestões no nível regional ou nacional, etc”. Então, como o adulto de nível local poderá receber a Cruz de São Jorge e o Tucano de Prata se ele, atuando no nível local, não é elegível para a medalha de Gratidão Ouro, pré-requisito da primeira ?
O novo manual ajudará muito, mas a subjetividade do processo ainda estará presente e talvez os maiores desafios sejam identificar os merecedores no nível local, de forma proativa, como proposto no novo manual, com a interiorização do processo, verdadeiramente reconhecendo também aqueles que trabalham preferentemente com os jovens, razão de ser do movimento escoteiro. Necessário também será reavaliar a questão da medalha de Gratidão Ouro e sua vinculação com a Cruz de São Jorge para que realmente aconteça a contemplação do nível local. Deverá haver trabalho extra para as Comissões.