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O Grupo Antigo…

Incluída recentemente neste acervo, sabemos nada sobre essa foto, exceto o que ela mesma pode traduzir. Qualquer ajuda na interpretação e identificação das circunstâncias, local, pessoas, é bem-vinda.

Algumas considerações citadas entre aspas são colaborações do Chefe Maurício Moutinho (RJ).

Imagem Original

Com a manipulação digital da imagem, alguns detalhes se tornam mais nítidos.

Foto editada

“O uniforme do chefe ao fundo corresponde ao que era usado pela ABE, na década de 20/30.”

A seguir, ampliamos e editamos vários segmentos da foto para identificar detalhes que possam ajudar no reconhecimento de qualquer pista.

“A bandeira do Brasil tem 21 estrelas, que é o número de estados até 1941”

Segmento 1

Casal no segmento 1

 

Esta bandeira tem um símbolo com a sigla CNS, que se supõem seja Corpo Nacional de Scouts, de Portugal. Essa sigla foi usada de 1924 (fundação) até 1934, quando passou a se chamar CNE, Corpo Nacional de Escutas.

Segmento 2

 

Adultos ao fundo no segmento 2

“As polainas usadas pelo cidadão sentado à direita é do tipo ‘spats’, mais curta, cobrindo apenas o peito do pé e tornozelos. Eram usadas tanto pela proteção como pela moda vigente, no início do século passado, até mais ou menos a década de 1920.”

Segmento 3

 

Detalhe do segmento 3

Distintivos

O distintivo usado sobre o bolso esquerdo se assemelha com o desenho da bandeira.

Rostos

Rio de Janeiro, 1919 – Primórdios do Escotismo

Outro conjunto de fotografias antigas de escoteiros do Rio de Janeiro foi incluído em nossa coleção. O primeiro set de imagens de escoteiros do Rio está em https://chamaescoteira.wordpress.com/2017/03/20/75-rj-do-ar-baden-powell-la-em-1939/

Desta vez, são apenas 4 fotos, pequenas, com 5,5 x 8 cm cada uma e algumas com anotações no verso, que são pistas para a história.

A pesquisa está em aberto, não temos conclusões sobre estas imagens, qualquer contribuição ou ajuda na identificação destes escoteiros e de sua história é bem-vinda e será adicionada neste post com o devido crédito pela informação.

Aparentemente, um retratista foi chamado para registrar alguns momentos de um jovem escoteiro chamado José Luiz Goyano, com seus chefes e tropa, conforme veremos a seguir.

Pesquisando o nome, encontramos o Almirante José Luiz de Araújo Goyano, que teve seus direitos políticos cassados durante o regime militar nos anos 1960 e que poderia ter idade para ser a mesma pessoa, contudo não conseguimos confirmar a hipótese.

A primeira delas mostra um escoteiro devidamente uniformizado, posando para a foto, garbosamente perfilado. Apesar do uniforme escoteiro com chapéu, cinto, lenço, bastão e perneiras, não há distintivos nem anel de lenço. Parece estar em frente a um muro, que serve de fundo também para outras fotos. Nesta foto não há nada registrado no verso.

Outra das fotos mostra o jovem junto com um adulto, certamente um chefe escoteiro, de gravata, com uniforme um pouco diferente. No verso desta foto aparece escrito discretamente a lápis o nome “José Luiz Escoteiro”. No pé da folha aparecem parte de inscrições que parecem terem sido cortadas, como que para a foto caber em algo.

Escoteiro e chefe, observar as diferenças no uniforme do jovem e do adulto

 

José Luiz escoteiro, identificação escrita no verso da foto anterior. Deveria ser, possivelmente, o nome do jovem.

Escoteiro de perfil, com o chapéu pendurado às costas

Verso da foto do escoteiro de perfil

No verso desta foto com o jovem de perfil, está escrito com nanquim: “José Luiz Goyano, A? dos escoteiros, de Botafogo, 1919”, que aparece cortado. Supomos tratar-se novamente do nome do jovem, do local e do ano da foto.

 

A tropa reunida

A última foto mostra uma tropa reunida, com 26 pessoas na imagem, onde dois parecem ser os chefes. Em primeiro plano há dois jovens segurando bandeirolas que se cruzam, sob as quais está sentado um destes que aparenta ser chefe. Alguns dos jovens parecem ter um distintivo na manga esquerda do uniforme e muitos portam bastões.

Verso da foto da tropa reunida

No verso desta foto há inscrições com nanquim que trazem novamente o nome de José Luiz Goyano e um endereço: Rua Conde do Irajá, 134, Botafogo.

Grupo Padrão – Algumas reflexões

    A premiação de Grupo Padrão atinge doze anos de existência nos Escoteiros do Brasil, se considerarmos esse modelo atual. Houve avanços e aperfeiçoamentos, onde a migração integral para dentro do Sistema de Informação e Gerenciamento de Unidades Escoteiras (Sigue), com a abolição dos formulários em papel foi o mais relevante, mas entendemos que novas modificações poderiam ser implantadas. Não se trata de aumentar a pontuação para obtenção dos graus, mas de pulverizar as possibilidades para essa conquista.

     Estas observações se baseiam em 10 anos de experiência do Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS em concorrer ao prêmio e sempre obter ao longo dessa década o grau Ouro, sendo o segundo grupo escoteiro do Rio Grande do Sul mais laureado. Em primeiro lugar está o Grupo Escoteiro Jacuí 33 RS que sempre foi Ouro nos 12 anos, padrinho do Chama Farroupilha. Ambos fazem parte do 3º. Distrito Escoteiro do RS. Pensamos que está na hora de retribuir os progressos que o envolvimento com o grupo padrão nos permitiu, oferecendo um feedback do processo. Como sugestão para análise das pessoas competentes, apresentamos as considerações que seguem abaixo.

     A metodologia atual tem um foco muito intenso nas atividades de grupo, ao mesmo tempo que a instituição tem um apelo forte para a participação dos jovens em eventos maiores, que poderiam ser contemplados na pontuação do grupo padrão. Essa dicotomia leva a escolhas desnecessárias na montagem dos calendários das seções. Cada grupo escoteiro tem ênfase diferente nas atividades que desenvolve e a limitação das ações necessárias para a conquista da premiação poderá levar a padronização das atividades do grupo ao longo dos anos, por comodidade, o que é ruim para o método escoteiro, onde a variedade deverá ser a tônica.

     A participação em grandes atividades escoteiras como Jamborees de qualquer porte deveriam estar incluídas porque são eventos que demandam um grande esforço do grupo escoteiro e de sua comunidade. Isso incluiria os jamborees nacionais, os nacionais de outros países, os interamericanos e demais continentais e os mundiais. É inegável a onda de motivação e reciclagem que atinge um grupo escoteiro quando alguns de seus integrantes participam de um jamboree, isso merece ser reconhecido e é digno de um Grupo Padrão.

     Eventos tradicionais promovidos pelo nível nacional e aplicados pelo nível local como o Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Ecológica (Muteco) e o Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Comunitária (Mutcom) estão incluídos, todavia o JOTA – JOTI (Jamboree on the Air – Jamboree on the Internet), que é uma promoção muito mais antiga, consolidada, de aspecto mundial e com grande adesão dos grupos brasileiros, não pode ser pontuado no grupo padrão. O evento bianual Elo Nacional, que ocorre há quase quarenta anos, deveria ser parte da premiação também. Da mesma maneira, a participação em atividades nacionais ou regionais de ramo poderiam fazer parte do grupo padrão, tipo Aventura Sênior, Mutirão Pioneiro, etc.

     Ações mais recentes como o Concurso de Vídeos, a Gincana Cultural Escoteira e aqueles já consolidados como o Grande Jogo Aéreo, Grande Jogo Naval, Ajuris de modalidades e Feira Nacional de Projetos Escoteiros são exemplos de outros eventos que demandam empenho, dedicação e que poderiam refletir na pontuação do Grupo Padrão.

     Uma bandeira eventualmente levantada e que poderia ser permanente e uma política institucional dos Escoteiros do Brasil porque tem alto valor e impacto social, é a Doação de Sangue. O ramo Pioneiro e os escotistas e dirigentes assumiriam esta importante atitude como uma atividade contínua, ininterrupta, dos Escoteiros do Brasil. Ao invés de eventuais e individuais atos, a doação poderia ser cadastrada no Sigue, controlada como se faz com os Recrutadores e cada doação anual de um membro adulto registrado no grupo, resultaria em alguns pontos para o grupo padrão. Dessa maneira, seriamos permanentes doadores de sangue e saberíamos, através dos filtros do Sigue, o impacto de nosso empenho.

     Considerando a regulamentação na Resolução da Direção Nacional 02/2012 do Grupo Padrinho e dada a quantidade de esforço envolvida nesse processo, entendemos que a validade da pontuação deveria ser ampliada para três ou quatro anos. Cabe lembrar que a resolução cita o grupo padrão como argumento para sua edição mas a pontuação do grupo padrão, que era prévia a resolução, não foi adequada ao período de trabalho atual.

     Entende-se que a inclusão de itens nessa premiação também reflita aquelas áreas estratégicas, onde a instituição gostaria que os grupos escoteiros tivessem suas ações implantadas ou melhoradas. Dessa forma, estimular os grupos a participarem dos fóruns de discussão e votação é uma maneira de termos uma instituição verdadeiramente democrática e transparente, com debates ocorrendo nos locais apropriados. Por isso, pontuar a participação do grupo nas Assembleias Regionais com Delegados e nas Assembleias Nacionais seria muito importante para estimular esta presença.

     Um grupo padrão também deve manter seus escotistas e dirigentes atualizados e em contato com outros adultos do Movimento Escoteiro. Nesse sentido a participação em pelo menos um Encontro Regional de Escotistas de ramo, ou eventos semelhantes ao Encontro Nordeste de Escotistas e Dirigentes e o Congresso de Educação Escoteira deveriam estar presentes na conquista da premiação.

     Assim, além da pontuação pela formação analítica específica nos níveis preliminar, básico e avançado, os demais cursos oficiais complementares oferecidos pelas Equipes de Formadores poderiam pontuar naquele ano em que foram assistidos, tais como os eventuais Cursos Técnicos de Ramo, de Mística, de Fogo de Conselho, de Livro da Jangal, etc., favorecendo a formação continuada.

     Como modo de estimular e envolver ainda mais a participação dos jovens nesta conquista, os distintivos especiais também poderiam render alguns poucos pontos, talvez com limite por ramo, assim o grupo escoteiro poderia pontuar quatro vezes no ano com os distintivos de Cruzeiro do Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria e Insígnia de B-P. Esse limite de pontos para o grupo padrão serviria para que essas conquistas não fossem facilitadas ou desvirtuadas, embora não limitassem as conquistas no grupo, somente os pontos ao Grupo Padrão, que isso fique bem claro. O jovem saberia que sua progressão pessoal serviu para um prêmio maior para o grupo.

     Outrossim, o uso do Calendário Anual de Atividades da Unidade Escoteira Local no Sigue, como critério obrigatório de participação não traz benefício ou aplicação direta no grupo escoteiro. Usualmente isto é preenchido somente para possibilitar a concorrência ao prêmio. Entendemos que esse item deveria ser retirado de critério obrigatório ou substituído por outro de verdadeira relevância para o funcionamento ou qualidade do grupo escoteiro.

     Após doze anos de aplicação do prêmio e de dez anos de nossa participação consolidada, entendemos que essas reflexões são necessárias porque traduzem o sentimento e as necessidades daquelas pessoas empenhadas na conquista da distinção, com o objetivo de reciclar e arejar a premiação, tornando-a mais interessante e flexível, talvez possibilitando aos grupos escoteiros transitar por meios mais abrangentes de pontuação. Aos encarregados institucionais por essa atividade nossos sinceros agradecimentos e respeito. Essa ferramenta nos ajuda muito a melhorar como grupo escoteiro.

Livro PUBLICADO!!! The book is on the table!

Caros amigos, é com muita alegria e satisfação que podemos anunciar que o Livro está pronto!! CHAMA FARROUPILHA 183 RS, 25 ANOS DE HISTÓRIA, está impresso e entregue.

Pessoalmente, achei o livro muito bonito. A CORAG fez um trabalho gráfico excelente, uma impressão com muita qualidade e penso que a escolha pela maioria da versão colorida foi acertada. Na imagem abaixo vemos parte do capítulo que fala da primeira promessa e fundação do grupo em 1 de maio de 1986 e a foto da primeira promessa da alcatéia, ocorrida em outubro do mesmo ano.

São muitos personagens que compõem esta história, onde buscamos destacar os fatos mais relevantes ou a primeira vez que algum evento ou realização aconteceu no grupo. Também contamos as experiências dos 8 jamborees que o grupo participou, de 5 anos consecutivos como Padrão Ouro dos Escoteiros do Brasil e muitas histórias divertidas envolvendo os jovens.

Quase 200 páginas e mais de 90 ilustrações descrevem um pouco da história do escotismo no Brasil, visto sob o ponto de vista de um grupo escoteiro, localizado em uma comunidade pequena e as suas relações com as pessoas do lugar, contando como se deu esta construção e quem foram as pessoas que abriram este caminho.

Estamos preparando um momento especial para apresentar a obra, que certamente ocorrerá no mês de novembro. Neste lançamento, entregaremos os exemplares para os colaboradores do projeto que ajudaram financeiramente e puderem estar presentes, em um momento de confraternização e agradecimento. Foram 89 colaboradores que ajudaram na execução deste projeto.

Como a edição está toda paga, os demais exemplares serão vendidos e o dinheiro revertido para o Grupo Escoteiro Chama Farroupilha, tornando-se em uma valiosa contribuição para o grupo, que planeja ampliar a sede.

Obrigado a todos!

As excursões de Georg Black.

As excursões de Georg Black.

          Nascido em 24 de abril de 1877, em Munique, Georg Black era professor de ginástica, havendo estudado na Escola Central Bávara para Instrutores de Ginástica, onde se diplomou. Em 1902 imigrou para o Brasil, dirigindo-se para o interior do Rio Grande do Sul, de onde acabou retornando e fixando-se em Porto Alegre, e como professor certificado acabou associando-se a Sociedade de Ginástica (Turnerbund). Trabalhou em diversas escolas e foi jogador de um clube local, que segundo relatos, teria sido o autor do primeiro gol de cabeça em uma partida de futebol no Rio Grande do Sul, causando a interrupção do jogo para discussão de sua validade. Em 1913 fundou o primeiro grupo escoteiro do Rio Grande do Sul, atualmente o grupo escoteiro mais antigo do Brasil em atividade. Celeiro de grandes lideranças do escotismo brasileiro, tal como a família Schiefferdecker, o Grupo Escoteiro Georg Black é orgulho de todos os escoteiros.

          Georg Black faleceu em 15 de maio de 1949, portanto com 72 anos. Em 1963, o grupo escoteiro 01 RS passou a se chamar Georg Black, em homenagem ao seu fundador. Naquele tempo da fundação, as atividades envolviam longas jornadas, com muitos dias de duração e com deslocamentos superiores a 20 km por dia a pé. O próprio Georg Black liderava e preparava minuciosamente estes eventos.

         Dessa época, temos cinco fotografias que fazem parte dos Arquivos Roth deste blog, portanto pertenciam a Ernesto Roth (1926-2006), mas que pela sua relevância, mereciam um post separado e destacado. Não sabemos mais a época exata em que foram realizadas nem o destino desta excursão ou sequer outros detalhes, exceto o que as fotos por si só descrevem, outras informações se perderam no tempo.

         Em todas se observa um contingente razoável de escoteiros. Na primeira das fotos aparece a Igreja Luterana São Luís, de Santa Cruz do Sul. Este templo foi concluído em 1924, portanto a atividade só pode ser posterior a esta data. Próximo a residência que aparece a esquerda da foto, a frente da tropa com um uniforme claro e parcialmente curvado, há uma figura semelhante a Georg Black, especialmente se comparado as demais fotos a seguir, mas difícil de ser confirmado devido à distância e qualidade da imagem.

          Em duas outras, a imagem característica de Georg Black é facilmente identificável, particularmente a longa e pontuda barba, o tom escuro dos cabelos e o formato do rosto. Por isso ampliamos digitalmente estes detalhes. Ambas foram tiradas em áreas urbanas, mas que não podemos precisar onde. Sabe-se que estas jornadas costumavam passar por várias cidades.

 

Nesta foto, aparece bem a direita, na primeira linha de formação, portanto a mais distante, sendo o primeiro, com o uniforme mais claro. Este detalhe ampliado pode ser visto abaixo:

 

 

Aqui, aparece na primeira linha de escoteiros, logo atrás da bandinha que abre o que parece ser um desfile. É a quarta pessoa, da esquerda para a direita, usando o mesmo uniforme mais claro. A ampliação digital desta área esta abaixo:

          Na quarta foto, há uma cena de acampamento, com fogueira montada no centro e bandeira hasteada.

          A quinta foto mostra a tropa com pessoas usando fantasias ao centro e outros com trajes típicos tiroleses. É descrito que nessa época o grupo escoteiro realizava fogos-de-conselho comunitários, para as pessoas da comunidade, com encenações teatrais. A foto foi tirada de dia e isto é apenas uma suposição. Todavia, os dois meninos que aparecem destacados atrás e sobre as pessoas fantasiadas também mereceram uma ampliação. As camisetas que usam estampam a logo do Grupo Escoteiro Georg Black, marca registrada deste grupo. Se havia dúvida que este desenho tenha sido adotado pelo próprio Georg Black, esta imagem deve ajudar a esclarecer o assunto.

 

Observem a estampa ampliada das camisetas dos meninos na última fila, por sobre os outros.

Marca registrada do GE Georg Black estampada nas camisetas.

          Comentários e observações sobre estas fotos são muito desejadas, pois acreditamos se tratar de um registro raro do escotismo brasileiro que ainda pode ser muito enriquecido.