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A história de um Distrito Escoteiro

https://drive.google.com/file/d/18aiH2z87WfGrQDWZCrA4LvIIsA4A9bEQ/view?usp=sharing

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O 19º. Distrito Escoteiro do Rio Grande do Sul preparou um material fantástico que conta a sua história e boa parte do escotismo gaúcho e brasileiro.

Excelente fonte de pesquisa, o material pode ser acessado no link acima, graças a gentileza do chefe Cláudio Luis Petermann.

O livro intitulado “Memória s do Escotismo nos Vales” é ricamente ilustrado e representa uma grande fonte de pesquisa para o escotismo brasileiro.

Obrigado ao chefe Cláudio pela produção deste conteúdo excelente.

75 RJ do ar Baden-Powell? Lá em 1939.

Encontramos um material fotográfico incrível, de um acampamento escoteiro e outras atividades, provavelmente ocorridos em 1939.

Todo o material estava nesse envelope abaixo com a data de 04/03/1939, endereçado a “Meira”. Então, imaginamos que foram atividades realizadas e fotografadas naquele verão ou meses antes.

Trata-se de 15 fotografias com seus respectivos negativos, pequenas, que trazem marcas do tempo. Mas a maior surpresa é que todas as fotos tem descrições no seu verso, inclusive com nomes das pessoas. Muitas das observações são escritas em inglês e algumas misturam inglês com português e outras são exclusivamente em português.

Isso, associado a outras evidências, permite supor que se trata de atividades do 1st Rio Baden-Powell Boy Scout Group, hoje conhecido como 75 RJ Grupo Escoteiro do Ar Baden-Powell, que há pouco completou um século de atividades e tem um livro publicado contando sua trajetória (1). Todavia, como o endereço do laboratório fotográfico é de São Paulo e muitos nomes não conseguimos relacionar com os citados naquele livro, não se exclui a possibilidade de ser o 2nd. São Paulo Scout Troop, hoje 2 SP Grupo Escoteiro Carajás.

Os Negativos

 

O conjunto das fotos

Passaremos a expor as fotos com o seu respectivo verso e algumas possíveis relações que acabamos realizando, pesquisando no livro comemorativo do centenário do Grupo Escoteiro Baden-Powell.

 

Montando acampamento

 

 

Finalizando barracas

Na referência citada (1), se encontra o nome de Henry H. LICHTWARDT, como antigo escotista do grupo, em 1937. Na foto acima, aparece Robert, como membro juvenil, com mesmo sobrenome, não sabemos se há relação de parentesco.

 

Essa foto cita o Chefe David de Barros, que na referência (pg. 34) aparece como Comissário Administrativo da UEB. Novamente aparece o sobrenome Lichtwardt, desta vez citando John.

 

O Chefe David é citado nessa outra foto também, sem o sobrenome, que se refere a uma inspeção. Há também a narrativa de um jovem que queria ir embora e tentou fugir do acampamento (no quadro em vermelho).

 

Esta anotação na foto revela 45 pessoas para alimentação, sem dúvida foi um acampamento grande.

Outra imagem que faz referência para inspeção, parece esse ser um bom momento para as fotos.

Alguém passou realmente mal durante a noite, cena que acontece em acampamentos.

Atividades acontecendo, a louça precisa ser limpa

 

Acampamento chega ao fim, secando o material antes de empacotar.

Observações sobre o local de acampamento

Um par destas destas fotos apresenta atividades da alcateia, tiradas em outro momento.

O livro Keep on, Keeping on cita que a sede do grupo 75 RJ em Ipanema, foi inaugurada justamente nesse ano, porém em 1°. de julho. Observando os negativos destas duas fotos, eles são bem diferentes dos demais, talvez essas fotos tenham sido tiradas e reveladas em oportunidades distintas e apenas guardadas juntas.

Segundo o texto, a sede era na Rua Barão da Torre 44. Em segundo plano se observa um morro. Seria o Cantagalo? Seria essa uma foto da inauguração da sede? De acordo com a legenda da foto, sim. “Inauguração do Club House”.

Inauguração da Club House

 

Esta parece ter sido tirada apenas para concluir o filme fotográfico, pois mostra apenas uma paisagem é é uma das mais deterioradas. A legenda descreve o Arpoador, que seria a umas três ou quatro quadras da sede da rua Barão da Torre…

A ajuda de outros chefes que possuam fotos de época semelhante, ou registro dos nomes dos associados dos grupos escoteiros do final da década de 1930 ajudará a conclusão sobre a origem definitiva destas imagens, registro com mais de 75 anos do escotismo brasileiro.

Fonte:

1 – Boulanger, A., Moutinho, M., Borges, D. Keep on, keeping on, Letra Capital, 111 p, Rio de Janeiro, 2016.

B-P na mídia

A revista britânica Weekly Illustrated, na sua edição de sábado, 29 de setembro de 1934, que recebeu o número 13 do volume 1, fez uma visita a família Baden-Powell em Pax Hill, sua morada em Bentley (Hampshire). Lord Baden-Powell estava com 77 anos na época das fotos, que foram tiradas um mês antes da família partir para uma longa viagem turística internacional.

As imagens são um deleite para aqueles que apreciam a história e a biografia de nosso fundador.

Reproduzimos a seguir algumas imagens desta publicação, começando pela foto da capa, onde a reportagem sobre B-P era justamente a matéria de capa e mostra ele examinando a boca de um leão que havia abatido em “Matabeleland”, conforme descrito no rodapé da página.

capa

A reportagem das páginas 4 e 5 traz muitas imagens e pouco texto, sendo uma matéria ilustrativa, como quase toda a edição. A revista tem um formato grande e por isso tantas fotos e de boa qualidade em apenas duas páginas.

Na foto abaixo, ele aparece na frente de sua casa, saindo para pescar, observado pela esposa Olave e pelas filhas Betty e Heather (vale lembrar que o casal teve 3 filhos, estando ausente nesta imagem Peter, o filho homem que se tornou o II Barão de Gilwell, com a morte do pai em 1941).

frente da casa

B-P e Olave sentados na varanda da casa, lendo as notícias matinais.

olave

B-P em seu escritório, escrevendo para o escotismo mundial. A legenda da foto revela o detalhe dele ser ambidestro, podendo escrever com as duas mãos.

cartas

Outra particularidade revelada é a de que mesmo em casa, ele prefiria habitar em contato com a natureza e frequentemente utilizava seu trailer para dormir.

caravan

A famosa coleção de bengalas, que atualmente tem alguns exemplares expostos no Museu de Gilwell Park, aqui com incontáveis exemplares. A legenda descreve que muitas foram presentes de associações escoteiras internacionais e B-P disse que estaria guardando-as para a sua velhice!

canes

Abaixo, Ste admira uma máquina filmadora que será utilizada para gravar uma mensagem a nação inglesa. As duas versões do video podem ser observadas em http://www.youtube.com/watch?v=xWqzBsY5t24 e em http://www.youtube.com/watch?v=tzwLtKMtPkE, esta última com o áudio atualizado.

camera

Sentado na varanda com os cães de guarda, que evitam visitantes indesejados.

cães

Troféu de guerra, a bandeira da libertação de Mafeking.

bandeira

Ordem da Flor de Lis

ORDEM DA FLOR DE LÍS

          Em 1995 os Escoteiros do Brasil criaram a Ordem da Flor de Lís, que foi lançada no I Congresso Escoteiro Nacional. A notícia foi publicada no informativo Sempre Alerta n. 127, que traz explicações sobre os objetivos e propósito desta Ordem, a exemplo de outras associações que também mantém um fundo com propostas semelhantes.

          É um fundo de reserva e capitalização a longo prazo, com o objetivo de formar uma substanciosa reserva financeira para a nossa instituição. Todos sabemos que o crescimento precisa ser financiado, o que significa dinheiro. Na notícia original apresentada abaixo, os valores para contribuir com o fundo apareciam em dólares e hoje são em Reais, havendo mais um categoria ainda, de menor valor, para simpatizantes que ainda não integralizaram o valor da cota Bronze. Algumas outras informações também sofreram pequenas mudanças em relação ao lançamento, haja visto que o fundo já tem 17 anos, tal como os prazos de complementação das parcelas.

          Embora pouco divulgado e de sentirmos falta de um site, blog ou página específicos, os recursos do fundo estão crescendo, mas conta apenas 90 participantes. Seus membros se reúnem nos Congressos Escoteiros Nacionais. O fundo é gerido por Curadores membros da própria Ordem da Flor de Lís.

          A adesão é bastante simples, basta enviar um email para ueb.adm@escoteiros.org.br, aos cuidados de Celso Ferreira Filho, Gerente Sênior Administrativo no Escritório Nacional, que a ficha de inscrição, com as informações necessárias e dados solicitados, é enviada, bem como os valores para cada categoria e como podem ser pagos, obedecendo as regras atuais da Ordem. Aqueles que fazem a adesão, recebem a outorga da “Ordem da Flor de Lís” na forma simbólica de um pin exclusivo, de acordo com o Grau, determinado pela valorosa contribuição financeira. Não é necessário ser escoteiro para participar, qualquer um pode ajudar.

          Participe ! Informe-se ! Divulgue! Ajude a fortelecer financeiramente os Escoteiros do Brasil.

Notícia original do lançamento da Ordem da Flor de Lís, no Jornal Sempre Alerta

OBRIGADO !!!!

Primeira bandeira do grupo escoteiro Chama Farroupilha

Amigos,

Faltam 4 dias para encerrar o prazo de doação para a publicação do livro sobre os 25  anos de história do Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS e coletamos até agora 105% do necessário. ISSO MESMO, CENTO E CINCO POR CENTO. Como se diz no Rio Grande do Sul, estouramos a boca do brete ! Passamos do limite, o que nos permitirá imprimir mais exemplares ou melhorar a qualidade !

Foram tantas as alegrias com este projeto que é difícil descrever. Tantas pessoas se envolveram, tantas participaram com grana, com divulgação, com trabalho braçal, com prestígio, com influência, com todas as armas disponíveis. Nesse momento, agradeço inicialmente a minha esposa, Waléria Schmidt (essa merece o pin do Cônjuge), que descobriu o Financiamento Colaborativo e o site Catarse na revista de bordo da Gol, quando voavamos de volta das férias e me apresentou a idéia.

Doações do Brasil inteiro e pasmem, inclusive da Europa, de Praga !

Antigos escoteiros, antigos chefes, fundadores do grupo, Conselheiros Nacionais, Executivos Escoteiros, parentes de todos, melhores amigos, amigos distantes, desconhecidos, ninguém fica indiferente. O escotismo é fantástico, revela as pessoas!

Prometemos em breve o detalhamento deste processo que parece muito promissor para os grupos escoteiros, neste momento queremos fazer o registro inicial de que conseguimos e de que em breve o livro estará no prelo.

24 de outubro de 1981 – O mosquito mordeu, a doença pegou.

Sempre Alerta! Seleções do Reader’s Digest

          Em junho de 1965, a revista Seleções do Reader’s Digest publicou um suplemento de 26  páginas exclusivamente sobre escotismo, direcionado ao público em geral. Foi distribuído junto ao número regular da revista e era também no formato de uma revista, com muitos artigos sobre escotismo.

Capa do suplemento do Reader’s Digest

          A página três, com o título Escotismo Entre Aspas, traz depoimentos de pessoas ilustres sobre o movimento escoteiro. Escrevem brevemente sobre o assunto o Papa Paulo VI, Robert Montgomery, Menotti del Picchia, Winston Churchill e John F. Kennedy.

O início dos textos

          No desenvolver da revista, aparecem muitas citações de Baden-Powell e diversos textos escritos especialmente para esta edição, com o propósito nítido de informar e divulgar sobre escotismo. A professora Maria Junqueira Schmidt assina “Escotismo Por Quê?”; Arthur Basbaum, diretor-presidente das Lojas Brasileiras escreve “Um investimento sem Limitações”, contando a participação de escoteiros em processos seletivos e citando escoteiros famosos; O professor Yves G. Alves do Lions Clube Internacional versa sobre “O Legado de Baden-Powell”; O chefe Trajano Pupo Neto, presidente da Região Escoteira de São Paulo escreve o artigo “Uma escola de Civismo”; O almirante José Araújo Filho, presidente da Comissão Organizadora do 1º. Jamboree Panamericano descreve em “O Mundo dos Jovens”, como é um jamboree e faz também um breve relato histórico sobre estes eventos; Há a mensagem “Não Custa Lembrar”, de André Pereira Leite, Escoteiro-Chefe do Brasil, endereçada aos pais de jovens brasileiros; Encerrando a publicação, um artigo de três páginas chamado “Educando sem Mistérios”, que explica o funcionamento, dinâmica e estrutura de um grupo escoteiro, escrito por ninguém menos que o Dr. João Ribeiro dos Santos, até hoje uma das maiores expressões do escotismo brasileiro, com contribuições em todas as áreas do movimento, para quem nenhum elogio referente aos seus feitos será exagero.

          A idéia da ediçao é excelente, os textos são ricos, instrutivos e direcionados principalmente para quem não é escoteiro e que após a sua leitura ficará muito bem informado sobre o movimento, sua estrutura, metodologia pedagógica e principais eventos. É uma publicação com várias propagandas comerciais, de empresas de porte, como a Johnson & Johnson, Açúcar União, Nestlé, Anderson Clayton S.A., Confecções Abbud e Kolynos Creme Dental, entre outros.

          Mas tão interessante quanto os textos, são os anúncios comerciais direcionados ao público escoteiro. Estas outras empresas criaram peças publicitárias que são verdadeiras pérolas e que expomos a seguir:

          Anúncio da VARIG, divulgando a realização do I Jamboree Panamericano, no Rio de Janeiro, de 17 a 25 de Julho de 1965. Observem a imagem do escoteiro soprando um berrante, antiga tradição escoteira iniciada pelo próprio Baden-Powell, com o chifre de Kudu e hoje resgatada com a campanha “Kudu – Escoteiros fazendo eco”. Na prática, o único grupo escoteiro brasileiro que conhecemos e que preserva esta tradição, utilizando o toque de chifre regular e rotineiramente em suas atividades é o Chama Farroupilha 183 RS. Poderá ser novamente apreciado no V Jamboree Nacional.

Varig apoiando o I Jamboree Panamericano

          O creme dental Gessy também coloca em seu anúncio uma imagem de um berrante sendo tocado, reforçando que esta era uma imagem muito associada aos escoteiros. Na foto ao lado, material de acampamento junto com a escova e pasta de dentes, sobre uma coberta com os distintivos do Brasil e da Região do Distrito Federal. Presença do tradicional lampião de querosene, do qual as novas gerações muito provavelmente nunca ouviram falar, o que dirá ter acampado com um. Também merece destaque o cantil com tampa de cortiça.

          Na página 20, a Gilette anuncia a importância de andar bem barbeado para uma boa apresentação e mostra a cena de um escoteiro se barbeando embaixo de uma árvore, em um acampamento com grandes barracas canadenses. Observem na página contínua a este anúncio, a mensagem do Escoteiro-Chefe, André Pereira Leite.

          Interessantíssimo é o anúncio do Banco Lar Brasileiro S.A., citando o nono artigo da Lei do Escoteiro, “O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio”, mostrando um escoteiro do mar fazendo um depósito. O anúncio é em preto e branco e azul ! Certamente, por usar somente duas cores de tinta, o preto e o azul da cor do Banco, que escolheram um escoteiro do mar com seu uniforme também azul. Aproveitaram o ensejo e colocaram uma blusa igualmente azul na caixa do banco!

O Escoteiro do Mar poupador.

          Por fim, a Argos Industrial S.A. divulga os tecidos produzidos para a confecção dos uniformes escoteiros, com nome de fantasia de Brim Kaki Argos, um dos símbolos da fibra escoteira. Apresenta a silueta parcial de um uniforme com a Medalha de Gratidão presente.

Brim Kaki Argos

          Além das particularidades destes anúncios, eles revelam a importância de como o escotismo era percebido pela população e pelas empresas há 47 atrás, começando pela própria editora que produziu a revista. Um material com excelente apresentação, com informações consistentes e muito respeitoso. Um exemplo a ser seguido.

Uniforme escoteiro, Traje ou Vestimenta

          Foi divulgado que no próximo Jamboree Nacional, em julho, teremos a apresentação de uma nova vestimenta escoteira, que vem sendo elaborada sob a coordenação do Conselho de Administração Nacional (CAN) dos Escoteiros do Brasil (http://www.escoteiros.org.br/arquivos/can/atas//reu_68.pdf).

          Quantas diferentes você já usou? Pessoalmente, já usei seis diferentes, sempre na modalidade básica, mas o número é maior.

            Portanto, trocar a indumentária no escotismo brasileiro é frequente e não é motivo para angústia ou ansiedade. Nunca houve um estudo com metodologia válida que demonstrasse o impacto disso no efetivo, mas sabemos empiricamente que no máximo em quatro anos a tropa perde a memória, porque toda ela se renova e que os jovens, incluindo os adultos jovens, normalmente gostam de mudanças. Aos que contam mais estrelas de atividades, isto não é nenhuma novidade.

            Há, ainda, a questão da cobertura, que já mudou muitas vezes, independente do resto do uniforme, e onde as possibilidades já contemplaram o chapéu, a boina, diferentes modelos de bonés e não usar cobertura alguma.

Jornal Sempre Alerta

 

Capa do Jornal Sempre Alerta de abril de 1992, lançando novo o Traje Escoteiro.

Página interna do jornal que foi dedicado exclusivamente ao fato, explicando a sequência de eventos até o lançamento.

            Pelo apurado extraoficialmente até o momento, muitas tradições que haviam sido eliminadas em abril de 1992 com a introdução do traje escoteiro serão resgatadas. Voltaremos a ter roupas diferentes para adultos e calças padronizadas, entre outras coisas recuperadas.

          Naquele momento, o traje foi uma evolução do uniforme social, ao qual o uso era franqueado também para os sêniores, embora pouco usado por estes, mas era o uniforme padrão para os chefes que podiam usar também o cáqui. Pelo que descreve a ata do CAN, continuaremos com mais de uma opção de roupas escoteiras, não esclarecendo neste momento ainda como será a escolha por qual delas usar.

Edição da década de 1970 do P.O.R., no início do capítulo que discorria sobre o uniforme dos adultos.

            Elaboramos uma pequena amostra de diversas modificações ocorridas ao longo dos anos, no estilo álbum de figurinhas, buscando identificar o que teremos de volta, conforme já citado, ainda sem informações oficiais e destacando alguns pontos curiosos.

Semana da Pátria em Porto Alegre, 1942

Imagem da década de 1940, calça comprida padronizada ao centro, demais de bermudas. Observe o uso de botas juntamente com o uniforme.

As excursões de Georg Black

 

Georg Black e demais chefes a frente, usando calças e botas. Data e local da foto desconhecidos. Para mais detalhes sobre esta foto, visite o post “As excursões de Georg Black”.

Bastão Totem, desfile em Triunfo, RS

Uniforme clássico de Lobinho, apelidado em alguns locais de “farda azul”. Este expressão também era usada pejorativamente ao escoteiro imaturo, como se ele ainda fosse um lobo. Foto de 1982, durante desfile comemorativo da Semana Farroupilha, em 20 de setembro.

Lobinhos com uniforme azul e chefia com uniforme social, primeira alcatéia do GE Chama Farroupilha 183 RS, em 1986, no dia da promessa.

Uniforme Social para chefes com boina, diferente dos jovens, com opção de gravata preta ao invés do lenço escoteiro, foto de outubro de 1982.

Fundação do GE Chama Farroupilha 183 RS

Idem anterior, foto de 1 de maio de 1986. Escoteiros, chefes e lobinhos com diferentes indumentárias, chefes na direita usando gravata ao invés de lenço escoteiro. A gravata deveria ter na porção média um pin com o emblema oficial da União dos Escoteiros do Brasil.

Jamboree Farroupilha, 1986

Uniforme Cáqui todo curto, com boina, padrão mais duradouro das vestimentas escoteiras brasileiras, sendo o Cáqui para o jovem; uniforme social com calça cinza chumbo padronizada e camisa azul mescla, precursor do traje, para o escotista ao centro. Observe os bastões escoteiros, que eram regulamentares e individuais nesta época. Foto de janeiro de 1986, durante o Jamboree Farroupilha, no Parque Osório em Tramandaí.

Tropa escoteira com uniforme cáqui padrão, foto anos 1980.

Entrega de Cordão Verde-Amarelo

Jovens e adultos com uniformes distintos, foto em 7 de setembro de 1986.

Na sede do GE Chama Farroupilha 183 RS

Uniforme cáqui usado por escotista, igual ao dos jovens, modelo atual.

Jamboree Farroupilha, 1986

Uniforme cáqui da modalidade básica, Escoteiro do Ar ao centro e Bandeirantes no lado direito, Jamboree Farroupilha, janeiro de 1986.

Desfile 20 de Setembro, Triunfo RS

 

Cáqui mangas longas e calças curtas com boina, foto de 1988.

Camisa e distintivos Retrô.

Camisa social com boina e penacho, foto atual mas com vestimenta dos anos 1980. Para ser completamente autêntico, a calça deveria ser cinza chumbo e não de brim azul.

Traje com calça sem cobertura, padrão atual.

Traje com bermuda, chapéu e meias cinzas escoteiras, jovem e escotista com vestimentas iguais.

Para concluir, quantas vestimentas escoteiras, incluindo as diferentes combinações de peças, você é capaz de contar na foto acima ?

Totens, uma antiga tradição esquecida

Totens

           Esta é uma tradição muito antiga no escotismo, parte da mística escoteira que vemos citada quando chefes mais idosos são mencionados e que atualmente está em desuso. Por isso que Benjamin Sodré era chamado Velho Lobo, Glaucus Saraiva era conhecido por Uirapuru, Jarbas Pinto Ribeiro era Quati e tantos outros.  Além da tradição passada de ouvido a ouvido, existe uma base documental, o livro Sempre a Direito, publicado em Portugal pela Editora Educação Nacional, escrito por Léopold Derbaix, com citações do próprio Baden-Powell. No capítulo “Os Tótemes”, páginas 298 e 299, o autor faz a seguinte explanação que está transcrita na forma original, sem mudanças no idioma ou estilo:

“Cada escoteiro terá, igualmente, o seu nome de guerra: o seu tóteme. Eis aqui uma inovação que muita gente critica e que, pelo contrário, revela a admirável sagacidade pedagógica de Baden-Powell. A mania das alcunhas e dos sobrenomes constitui um fato inegável, quer na caserna, quer nos colégios. Em vez de um nome puramente convencional, quase todos preferem designar os indivíduos por uma expressão incisiva ou maliciosa, nem sempre inocente, através da qual ressaltem os seus pontos fracos ou seus defeitos. Baden-Powell aproveita esta mania, que sabe perfeitamente ser impossível de combater; não só a torna inofensiva, mas tira dela todo o partido possível, utilizando-a com uma finalidade educativa. Ele gosta que se dê um nome de guerra a cada escuta, o nome de qualquer animal que possua um sinal característico da personalidade do interessado e que lhe recorde uma qualidade que lhe falta ou um defeito que ele deve combater.”

Capa do Livro Sempre a Direito

 

          Nos grupos escoteiros brasileiros que adotavam esta mística, a prática costumava ser que cada membro ao entrar para o grupo, mesmo que lobinho, escolheria um animal para ser chamado e servir de alcunha. Ao mesmo tempo, também poderia escrever uma pesquisa sobre o referido animal, descrevendo seus hábitos e características. Não era recomendado que fossem nomes de patrulhas do grupo nem totens que estivessem sendo usados por outros jovens naquele momento, para evitar confusões. Os que voltavam a ser usados em outros tempos recebiam números em romanos, tipo Jacaré II, Panda III.

          A prática desta tradição revela situações inusitadas promovidas pelos jovens que valem alguns relatos. Muitos destes totens acabam virando apelido de rua dos jovens, especialmente em lugares onde estes têm convivência também fora do grupo escoteiro. O inverso também ocorre com o apelido da rua virando o totem, quando já era um nome de animal. Outras vezes, o totem se estende para o seu irmão mais moço, que fica conhecido pelo diminutivo, algo tipo o coruja e o corujinha. Por vezes o escoteiro escolhe um totem e os outros acabam adequando o novo apelido, como o menino que escolheu pastor alemão, mas dada a sua personalidade, o totem foi adaptado para cachorro louco.

          Enfim, esta prática antiga é muito interessante e pode se tornar uma boa ferramenta para evitar o bullying, uma vez que o próprio escoteiro escolhe o apelido, evitando situações jocosas ou pejorativas. Particularmente, a empregamos em nosso grupo escoteiro com sucesso até os dias de hoje, onde todos, inclusive os chefes, tem seu totem.

As excursões de Georg Black.

As excursões de Georg Black.

          Nascido em 24 de abril de 1877, em Munique, Georg Black era professor de ginástica, havendo estudado na Escola Central Bávara para Instrutores de Ginástica, onde se diplomou. Em 1902 imigrou para o Brasil, dirigindo-se para o interior do Rio Grande do Sul, de onde acabou retornando e fixando-se em Porto Alegre, e como professor certificado acabou associando-se a Sociedade de Ginástica (Turnerbund). Trabalhou em diversas escolas e foi jogador de um clube local, que segundo relatos, teria sido o autor do primeiro gol de cabeça em uma partida de futebol no Rio Grande do Sul, causando a interrupção do jogo para discussão de sua validade. Em 1913 fundou o primeiro grupo escoteiro do Rio Grande do Sul, atualmente o grupo escoteiro mais antigo do Brasil em atividade. Celeiro de grandes lideranças do escotismo brasileiro, tal como a família Schiefferdecker, o Grupo Escoteiro Georg Black é orgulho de todos os escoteiros.

          Georg Black faleceu em 15 de maio de 1949, portanto com 72 anos. Em 1963, o grupo escoteiro 01 RS passou a se chamar Georg Black, em homenagem ao seu fundador. Naquele tempo da fundação, as atividades envolviam longas jornadas, com muitos dias de duração e com deslocamentos superiores a 20 km por dia a pé. O próprio Georg Black liderava e preparava minuciosamente estes eventos.

         Dessa época, temos cinco fotografias que fazem parte dos Arquivos Roth deste blog, portanto pertenciam a Ernesto Roth (1926-2006), mas que pela sua relevância, mereciam um post separado e destacado. Não sabemos mais a época exata em que foram realizadas nem o destino desta excursão ou sequer outros detalhes, exceto o que as fotos por si só descrevem, outras informações se perderam no tempo.

         Em todas se observa um contingente razoável de escoteiros. Na primeira das fotos aparece a Igreja Luterana São Luís, de Santa Cruz do Sul. Este templo foi concluído em 1924, portanto a atividade só pode ser posterior a esta data. Próximo a residência que aparece a esquerda da foto, a frente da tropa com um uniforme claro e parcialmente curvado, há uma figura semelhante a Georg Black, especialmente se comparado as demais fotos a seguir, mas difícil de ser confirmado devido à distância e qualidade da imagem.

          Em duas outras, a imagem característica de Georg Black é facilmente identificável, particularmente a longa e pontuda barba, o tom escuro dos cabelos e o formato do rosto. Por isso ampliamos digitalmente estes detalhes. Ambas foram tiradas em áreas urbanas, mas que não podemos precisar onde. Sabe-se que estas jornadas costumavam passar por várias cidades.

 

Nesta foto, aparece bem a direita, na primeira linha de formação, portanto a mais distante, sendo o primeiro, com o uniforme mais claro. Este detalhe ampliado pode ser visto abaixo:

 

 

Aqui, aparece na primeira linha de escoteiros, logo atrás da bandinha que abre o que parece ser um desfile. É a quarta pessoa, da esquerda para a direita, usando o mesmo uniforme mais claro. A ampliação digital desta área esta abaixo:

          Na quarta foto, há uma cena de acampamento, com fogueira montada no centro e bandeira hasteada.

          A quinta foto mostra a tropa com pessoas usando fantasias ao centro e outros com trajes típicos tiroleses. É descrito que nessa época o grupo escoteiro realizava fogos-de-conselho comunitários, para as pessoas da comunidade, com encenações teatrais. A foto foi tirada de dia e isto é apenas uma suposição. Todavia, os dois meninos que aparecem destacados atrás e sobre as pessoas fantasiadas também mereceram uma ampliação. As camisetas que usam estampam a logo do Grupo Escoteiro Georg Black, marca registrada deste grupo. Se havia dúvida que este desenho tenha sido adotado pelo próprio Georg Black, esta imagem deve ajudar a esclarecer o assunto.

 

Observem a estampa ampliada das camisetas dos meninos na última fila, por sobre os outros.

Marca registrada do GE Georg Black estampada nas camisetas.

          Comentários e observações sobre estas fotos são muito desejadas, pois acreditamos se tratar de um registro raro do escotismo brasileiro que ainda pode ser muito enriquecido.