Monthly Archives: Agosto 2016

Curso Técnico de Vivência do Ramo Pioneiro

     Nos dias 20 e 21 de agosto de 2016 ocorreu o curso de vivência do ramo pioneiro, no campo-escola João Ribeiro dos Santos, próximo a Porto Alegre.

     Envolvendo mais de 20 pessoas entre alunos do curso e formadores, o desenvolvimento proporcionou uma série de experiências que fazem parte da vida de um clã formado pelos alunos do curso, que vivia o momento de transição entre um ciclo de programa para outro.

     Dentre os diversas temas trabalhados, houve debates sobre diferentes tópicos como diversidade, espiritualidade, jogos, carta pioneira, participação de projetos em andamento, papel do mestre, etc. A interação e troca de experiências com outros mestres também é um dos pontos altos do encontro.

     Neste formato, permite atualização e reciclagem rápida sem a necessidade de passar pelo esquema formal. Não substitui nenhum dos outros cursos regulares, mas é um interessante complemento ou opção porque possibilita que chefes novos e antigos participem juntos, troquem experiências e compartilhem vivências.

     Parabéns a equipe, em particular ao Mestre Marlon Benites, diretor do curso.

Lenços dos grupos participantes do evento

Lenços dos grupos participantes do evento

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Prática de jogos

Prática de jogos

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Jantar de sábado à noite

Jantar de sábado à noite

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Me sinto velho e fraco

“O que fazer não sei, me sinto velho e fraco, à Gilwell vou voltar e um curso assim que possa vou tomar”

Canção de Gilwell, adaptada

 

     Então, esse é o sentimento. O escotismo desperta uma ânsia de participar, de contribuir, de ver os jovens crescerem, de ser o mediador das descobertas, aquele que permite muitas experiências novas.

     A motivação do educador é fundamental, o apito na boca às vezes fica pesado, cansa. Passamos por diversos ciclos, aqueles em que estamos mais envolvidos, motivados, entusiasmados, aqueles onde ficamos indiferentes, com pouca paciência, quando pouca coisa nos emociona e pequenas frustrações assumem importância e você sabe que poderia estar fazendo mais pelo escotismo. Naturalmente esses ciclos parecem se suceder um após o outro, indefinidamente. Pelo menos tem sido assim nestes 35 anos de Movimento, a paixão vira amor, depois convivência e de repente tudo se inflama e volta a paixão.

     Mas podemos quebrá-los. Abreviar o ciclo ruim e tornar o apito leve novamente. Um fato é necessário. Algo tipo novos jovens na tropa, um Jamboree, uma nova função, etc. Dessa vez, voltaremos ao Campo Escola João Ribeiro dos Santos, para assistir mais um curso, fazer novas amizades, conversar com outros chefes, na expectativa de se sentir menos “velho e fraco”, achando que ainda é possível ajudar a educar as crianças. Será um curso técnico de vivências do ramo pioneiro. A expectativa é enorme.

Referência da imagem: http://escoteirosdohc.blogspot.com.br/2011/02/abertas-inscricoes-para-o-curso-basico.html

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Educar as crianças

     Com a proximidade do Dia dos Pais, a escola onde minhas filhas estudam realiza as atividades de convivência e confraternização alusivas a data. Nas séries da Educação Infantil aprendemos uma lição importante com o diretor da escola.

     No início do século 20, o Rio Grande do Sul vivia dias belicosos, com a recém-encerrada Revolução Federalista, que teve como marca principal a crueldade, porque os inimigos eram sumariamente degolados pelos adversários. Foi um banho de sangue no estado inteiro.

     Era preciso educar a nova geração, educar as crianças, com uma nova perspectiva, mais fraternal, celebrando a vida, ensinando a compartilhar e a ter amor, depois de tantas atrocidades.

     Um dos caminhos foi o chamamento de religiosos ligados a educação, onde os irmãos Maristas foram convidados. Designados para ajudar nessa tarefa, os Irmãos Weibert, Marie Berthaire e Jean Dominici embarcaram na França no dia 19 de junho. No dia 20 de julho de 1900 chegaram no porto da cidade de Rio Grande (RS) e foram roubados (sim, já naquele tempo!). Ficaram sem dinheiro para seguir viagem, perderam seus pertences e foram amparados pela comunidade religiosa da cidade. Então, conseguiram continuar a viagem e em 23 de julho de 1900, chegaram em Porto Alegre, sendo dessa vez amparados pelos padres Jesuítas.

     Finalmente, dirigiram-se para a então pequena localidade de Bom Princípio (RS), depois de desembarcarem em São Sebastião do Caí. Escreveram cartas para suas famílias contando toda essa viagem que só puderam ser enviadas muitos dias depois, quando o padre de Bom Princípio perguntou o que eram aqueles envelopes há dias em cima da mesa. Quando explicaram que não tinham dinheiro para selos, o padre fez a postagem das cartas.

    Até que em 16 de agosto de 1900 abriram a primeira escola Marista em Bom Princípio. Por que insistir após tantas dificuldades? Um lugar tão longe? Tão difícil acesso, após ser roubado, enganado?

     A resposta foi a mais singela possível: “Porque é preciso educar as crianças…”

     Então, percebi a resposta, depois de tantos anos, porque dedicamos nossos finais de semana ao Escotismo. Porque é preciso educar as crianças. Sem dúvida é isso que nos motiva a sermos chefes escoteiros, a estarmos na frente da tropa, embora nem sempre tenhamos formulado essa resposta. Desde agora, quando me perguntarem por que sou escoteiro, a resposta será:

“Porque é preciso educar as crianças”.

Fontes:

Moresco, Onorino,  Diretor da Colégio Marista Nossa Senhora do Rosário, comunicação oral, em 04/08/2016.

Rodrigues, N.B., Colégio Marista Rosário, Lições para a vida inteira, 2004, 489 p.

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