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Kit Felten
As vezes somos surpreendidos com a visita de antigos escoteiros na sede do Chama Farroupilha 183RS, que o ano que vem completará 30 anos de fundação. Muitos vem somente matar saudades, passear pela sede e procurar lembranças do período que foram escoteiros.
Mas muitos que agora estão afastados do escotismo, trazem de volta o material e memorabilia que acumularam no tempo em que foram membros juvenis. Distintivos, uniformes, boinas, chapéus, livros, cintos, material de grandes eventos, etc.
Foram muitas as vezes que perdemos a oportunidade de registrar estes momentos e agradecer pela preservação da memória escoteira. Aconteceu com Geleovir Freitas, Daniel Campos de Souza, João Medeiros, Moisés Rybar e alguns outros que assim o fizeram. Isto nos permitiu montar um pequeno museu na sala da Corte de Honra de nosso grupo. Por ser um ambiente de circulação restrita, há a desvantagem de somente monitores e sub terem contato com o material, por outro lado, proporciona uma sala realmente diferenciada, bem decorada e a preservação do material. Só lenços expostos já são mais de 70, todos resultado de doações.
Neste fim-de-semana que passou, foi a a vez de Vinícius Mendes Felten levar seu material e agora não perdemos a oportunidade de registrar o momento, para além de divulgar, agradecer ao Vini, que foi Escoteiro Lís-de-Ouro no Chama Farroupilha, participou do Jamboree Panamericano de Foz do Iguaçu e está a poucos meses de se formar em Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sua família sempre participou muito do escotismo, seu pai foi Diretor-Presidente do Grupo e seu tio-avô, Silvio Machado Felten, além de ter sido presidente, também foi fundador do grupo, lá em 1986.
Obrigado ao Vinícius, que dentro das preciosidades trazidas, está um lenço do grupo dos primeiros lotes, quando o logotipo era pintado a mão pela sra. Lacy Carvalho.
Permanece o convite aos antigos escoteiros para que continuem visitando o Chama Farroupilha, são sempre bem-vindos.
Nó da Amizade
Com frequência algum jovem pergunta como fazer o nó da amizade, amplamente usado nos lenços escoteiros, principalmente nos grandes eventos, quando muitos lenços são empilhados no pescoço. No Jamboree Mundial do Centenário do Escotismo, em 2007, ganhamos o esquema abaixo, muito útil, didático e aqui compartilhado:
Sempre presente nos eventos escoteiros, o nó da amizade é identificável em qualquer pescoço.
Quantos mais lenços no pescoço, mais nós da amizade:
Também é um nó usado no lenço da pilcha gaúcha há muito tempo, quando atende pelos nomes de Nó Maragato, Rapadura, Quatro Cantos ou Assis Brasil.
Mimeógrafo e Anel de Lenço
Essa é do tempo das casas velhas!
Quem é um pouquinho mais antigo, ainda lembra de fazer provas na escola ou receber material didático das professoras rodados em mimeógrafo. Todo o filho de professora ajudou a rodar provas manualmente no tal aparelho.
O inconfundível cheiro de álcool se a impressão fosse recente, a cor azul característica. Tudo preparado previamente em uma folha matriz.
Abaixo, o esquema do nó “cabeça de turco”, para a confecção do anel de Gilwell, rodada em mimeógrafo e distribuída aos alunos dos cursos de formação por muitos anos no Rio Grande do Sul.
O autor do orignal? Não sabemos. Se o mesmo reconhecer sua obra, por favor identifique-se.
O autor do Anel de Gilwell? Este foi Bill Shankley, que com 18 anos era um dos dois funcionários permanentes de Gilwell Park. Utilizou o nó “cabeça de turco” da época que os marinheiros faziam formas decorativas com cordas como hobby. Empregou originalmente uma correia de couro de máquina de costura. Apresentou sua ideia ao Chefe de Campo que a aprovou. Isto tudo no início da década de 1920. Americanos já usavam um anel para fechar o lenço e o chamavam de “boon doggle”, provavelmente porque eram feitos de ossos e o nome era uma esquete para “dog bones”. Para rimar com “boon doggle”, Shankley chamou sua criação de “Woggle”, nome até hoje muito popular.
Modelos Portugueses:
Bill Shankley, já idoso, em imagem colhida na internet:
O mimeógrafo, ah, o tal mimeógrafo em imagem colhida na internet:
Fonte:
1 – Material didático original da Equipe Regional de Formação, Rio Grande do Sul, autor desconhecido.
2 – The Origins of the Woggle, The Scout Association, 1 ed., 2 p., fevereiro, 2008.
3 – http://tasmanian-scout-heritage-centre.blogspot.com.br/2011/07/bill-shankley-and-woggle.html