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38 anos; Aniversário do G.E. Chama Farroupilha 183 RS

Hoje, 1º. de maio de 2024, o G.E. Chama Farroupilha 183 RS completa 38 anos de fundação, embora todo o processo para a criação do grupo tenha iniciado um ano antes.

Quando o grupo completou 25 anos, escrevemos um livro contando o período inícial, antes das mídias sociais e da internet, enquanto todas as pessoas envolvidas ainda estavam vivas, para que tudo ficasse registrado e não houvesse novas leituras ou interpretações por aqueles que não foram personagens do processo.

Assim, nessa data especial, está aqui disponível a prova de impressão da gráfica desta obra. Aquele original preparado a partir dos meus manuscritos e dos autores colaboradores pela extinta CORAG para a revisão de todos antes do documento final ser impresso.

Por isso, ainda sem capa e sem o indíce concluído.

Se você faz parte do Chama Farroupilha e nunca leu esse livro, não faz a menor ideia de onde está metido. Melhor ler de uma vez para entender melhor as suas origens, pensamentos e contexto…

Boa leitura sobre o início de um grupo escoteiro em uma pequena e histórica cidade no interior do Rio Grande do Sul. Um grupo que tem uma penetrância na comunidade acima da média nacional, é campeão brasileiro de Trófeus Ouros do Grupo Padrão da UEB e que já participou de 12 Jamborees.

https://drive.google.com/file/d/1x4SethAtrpivvfD-FLpwh-N64aat1ziA/view?usp=sharing

Sistema de Patrulhas – Edição de 1941

  Este manual é uma publicação autorizada pela U.E.B. e traduzida pelo chefe Davi M. de Barros. Essa cópia corresponde a 3ª. edição, publicada em 1941, em Porto Alegre.

  Era parte da biblioteca pessoal de meu avô, Ernesto Walter Roth, conhecido como chefe Velho Corvo e hoje faz parte de meu acervo pessoal. Me foi presenteada em 1992, quando me tornei chefe na tropa escoteira.

  A pedido da Patrulha Jaguatirica, de pesquisadores da história do escotismo, em especial do colega de patrulha, Fábio Neiva Albuquerque, digitalizamos o manual e o colocamos a disposição da comunidade escoteira.

  Boa leitura a todos, basta clicar no link abaixo para acessar:

https://drive.google.com/file/d/12cqSBMPH16hVlgnSpsqepA1xJOnMHSbq/view?usp=sharing

Os Livros de Patrulha dos Charruas 03 RS

O Grupo Escoteiro Charruas, de Porto Alegre, é um grupo centenário.

Parte de sua história está sob os cuidados do Chefe Geraldo Tiarajú Barbosa. São três livros de patrulha com contam com muitos detalhes as atividades realizadas no início da década de 1930, das patrulha Águia, Condor e Leão.

Tivemos a oportunidade de digitalizar essas preciosidades e agora estão disponíveis nos links abaixo.

São arquivos grandes, será necessário baixar para ter acesso ao conteúdo.

Livro da Patrulha Águia

https://drive.google.com/file/d/1cl_PO7b0h9EdudU59DL7SRT47-2Kg9Qx/view?usp=sharing

Livro da Patrulha Condor

https://drive.google.com/file/d/1_J_s5ophP43iu6sBZq3JJlSEd9U0648J/view?usp=sharing

Livro da Patrulha Leão

https://drive.google.com/file/d/1BW_ZrNgT-xbq48JRwAYk2yGpmNMx1af2/view?usp=sharing

Boa leitura, divirtam-se com a riqueza de detalhes e o capricho destes manuscritos.

Acontecendo no 3º. Distrito

O 3º. Distrito Escoteiro do Rio Grande do Sul segue no seu caminho de estruturação e de criar uma identidade. Os jovens estão sendo aproximados, os chefes se conhecem e estamos progredindo como distrito. Há pouco meses foi concluído o concurso para criação de uma logo distrital, sendo escolhida por votação de todos os grupos a proposta do pioneiro Henrique Tavares Schubert.

Em julho o ramo sênior realizou o Rapel Distrital, no Morro da Cabrita, com instrutor qualificado que opera a base de apoio Refúgio Sonho do Montanhista, no município de Tabaí, junto ao pé do morro.

Também em julho foi realizada uma Palestra Informativa na cidade de General Câmara e no dia 26 de agosto realizamos reunião dos grupos do distrito nesta cidade, com o objetivo de estimular a reabertura do Grupo Escoteiro João Pellizzari de Almeida, que já conta com Autorização Provisória e adultos inscritos para o Curso Preliminar.

No 7 de setembro o distrito desfilou na cidade de Arroio dos Ratos, a convite do Grupo Escoteiro Cerro da Raposa. No dia 20 de setembro o desfile será em Triunfo.

Nos dia 8 e 9 de setembro foi realizado em Triunfo o Primeiro Acantonamento Distrital do ramo Lobinho com a participação de aproximadamente 50 lobinhos do distrito.

Todos os grupos já foram visitados pelo menos uma vez em 2017.

As próximas atividades incluem a realização pelo Distrito do Elo, em outubro e a participação no jantar de aniversário promovido pelo Grupo Escoteiro Jacuí.

Aniversário dos 30 anos

Fundado em 1 de maio de 1986, o Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS completa em 2016, 30 anos de fundação e de contínua atividade.

Para comemorar a data, o grupo realizou uma cerimônia e um almoço no centro da cidade de Triunfo, na praça Bento Gonçalves e no Salão Paroquial da Igreja Matriz, no dia 23 de abril, dia do Escoteiro.

Na oportunidade, lobinhos receberam especialidades, dois jovens realizaram a Promessa Escoteira e escotistas e dirigentes foram homenageados e condecorados.

O evento contou com a presença do Grupo Escoteiro do Mar Carajás 73 RS, da cidade vizinha de São Jerônimo, além de diversas pessoas da comunidade, muitas envolvidas na fundação do grupo.

Nos 30 anos do Grupo foram homenageados os chefes Mateus Freitas, José Carlos Krause Lopes, Berenice Teixeira Lopes, Daniel de Souza Franco e Rafael Conzatti Umann; também homenageadas as dirigentes Daniela Gravina Delavi e Zorika Tavares Schubert.

Para registro, o Quadro de Honra de adultos do Chama Farroupilha tem a seguinte composição ao longo destes 30 anos:

Mateus Schenk Freitas

Gratidão Ouro

Gratidão Bronze

Bons Serviços 20 anos

Bons Serviços Prata

Daniel de Souza Franco

Gratidão Ouro

Bons Serviços 10 anos

Bons Serviços 5 anos

Berenice Teixeira Lopes

Gratidão Ouro

Bons Serviços 10 anos

José Carlos Krause Lopes

Gratidão Ouro

Bons Serviços 10 anos

Saulo Ernani Radin

Gratidão Ouro

Maurício Roth Volkweis

Gratidão Bronze

Bons Serviços Ouro

Zorika Tavares Schubert

Gratidão Bronze

Daniela Gravina Delavi

Gratidão Bronze

Rafael Conzatti Umann

Elvis Sarmento

Bons Serviços 15 anos

Bons Serviços 10 anos

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Condecorações entregues aos chefes e dirigentes Daniel de Souza Franco, Berenice Teixeira Lopes, José Carlos Krause Lopes, Mateus Schenk Freitas, Rafael Conzatti Umann, Daniela Gravina Delavi e Zorika Tavares Schubert.

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Sra. Ângela Kober, que gentilmente atuou como mestre de cerimônias no evento. Os agradecimentos do Chama Farroupilha por abrilhantar a cerimônia.

 

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Então, 30 anos!!

Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador,
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”  
Fernando Pessoa
 
     Eu era escoteiro na cidade vizinha, todos os sábados depois do almoço pegava a lancha para o outro lado da margem já há quatro anos para participar no grupo que meu avô havia fundado há quase vinte anos. Atravessava o rio Jacuí, participava da reunião, as vezes ficava na casa da vó, as vezes voltava para casa, no verão ia para o Clube do Comércio tomar banho de piscina junto com os outros escoteiros, depois da reunião. Desde os 8 anos de idade fazia isso, tempo em que uma criança daquele tamanho podia fazer isso sozinha, sem perigo algum.
     Foi quando fundaram um grupo em Triunfo, me convidaram para ser escoteiro lá, não precisaria mais cruzar o rio, todos eram meus amigos, gurizada da escola, da rua, da cidade. Mas como trair meu avô? Nem pensar.
     Então, em março de 1987 os adultos não se entenderam mais em São Jerônimo, meu avô deixou o escotismo após 40 anos, eu fiquei quase seis meses no limbo, vivendo o luto. Mas ele me deixou bem livre para seguir o caminho que quisesse, inclusive permanecer no grupo que ele saíra. Desisti de atravessar o rio, no segundo semestre de 1987 entrei para o Chama Farroupilha, que havia sido fundado em maio de 1986, já contava um ano e pouco.
     Olho para trás agora e nem sei dizer o quanto esse grupo me envolveu, me absorveu, ocupou meus compromissos, minha vida pessoal e familiar, quanto tempo, viagens, dedicação e dinheiro investidos. Aliás, até sei, porque há cinco anos escrevemos o livro com essas histórias, quando o grupo completou 25 anos de fundação. 
 
   Meus pais me alertavam:
” – Tu vai ficar fanático por escotismo como o teu avô!” Fato que não ocorreu, porque fiquei muito mais fanático e envolvido do que ele, passei batido.
   Depois de tanto tempo e dedicação, tantos jovens que passaram e estão no grupo, olhando a situação atual, o coração é pura emoção ao se aproximar o aniversário de 30 anos do Chama Farroupilha 183 RS. Vivemos dias muito felizes, dias muito tristes como quando alguém nos deixa para sempre, tudo parte da grande aventura de viver, de se relacionar com as pessoas, de ter amigos, de ser parte de uma comunidade. A grande alegria é ver que a família escoteira em Triunfo só cresce, cada vez mais pessoas, cada vez mais laços de fraternidade.
     Olhando para a frente agora, ainda tem muita estrada para caminhar, ela não terá fim. Que Deus nos abençoe e possamos estar cada vez mais dedicados para os jovens.
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Na mídia

Notícia sobre o evento de lançamento do livro Chama Farroupilha 25 anos de história, publicado no jornal Sentinela.

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Capa do jornal

 

Reportagem de página inteira:

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Festa dia 24 de novembro

No dia 24 de novembro ocorrerá o lançamento do livro “Chama Farroupilha 183 RS – 25 anos de História” que conta a trajetória deste grupo escoteiro desde a sua fundação até o dia 1 de maio de 2011. Acontecerá em um evento aberto e gratuito, no Teatro União, a partir das 17h 30min. A idéia de escrever esta história surgiu em janeiro de 2002, quando o grupo participava do Acampamento de Verão, em Tramandaí, junto com escoteiros de todo o estado. Naquele momento, um esboço de tópicos foi elaborado e o projeto ficou latente, com umas dez páginas escritas logo após o evento.

Com a aproximação dos 25 anos do grupo, o projeto foi retomado e muitas outras histórias haviam acontecido e foram narradas. Como um grupo escoteiro reúne muitas pessoas, o texto foi principalmente escrito pelo Chefe Maurício Roth Volkweis, mas contou com a importante colaboração de Achiles Goldani Netto e Saulo Ernani Radin, fundadores do grupo; Daniel de Souza Franco, José Carlos Krause Lopes e Mateus Schenk Freitas, chefes do grupo; Daniel Pinheiro Vargas e Douglas de Souza Matias, antigos escoteiros e chefes.

O trabalho finalizou com quase 200 páginas e mais de 90 ilustrações, procurando mostrar os fatos mais marcantes desta longa trajetória. Contudo, esbarramos nos custos para publicar o texto, pronto há quase um ano. Foi quando em março de 2012, Rita Waléria Schmidt descobre uma reportagem em uma revista sobre Financiamento Colaborativo, através do site www.catarse.me. Executamos o projeto dentro das normas propostas, com o auxílio da pioneira Letícia Teixeira Lopes e o milagre aconteceu.

Foram 93 doadores. Pessoas na República Tcheca, São Paulo, Roraima e Rio de Janeiro contribuíram, além de diversos outros municípios gaúchos, como Porto Alegre, Caibaté, Vacaria, Campo Bom, Charqueadas, São Jerônimo e Caxias do Sul. Mas o grande volume veio realmente da comunidade de Triunfo, que novamente apoiou o grupo escoteiro.

Agradecemos a cada uma das pessoas que contribuíram, mas gostaríamos de destacar algumas personalidades particularmente generosas, que realizaram doações substanciosas para o escotismo, que são Cláudio Cabral Fay de Azevedo Júnior e família, Clínica Dentária Volkweis, Júlio César Prates Cunha, Lucas Meister, Luiz Celso Índio Diniz, Marines Schmidt Tavares e Saulo Ernani Radin.

Como a edição já está paga, o dinheiro arrecadado com os exemplares vendidos será todo revertido para o grupo escoteiro, que planeja reformar a sede, ampliando e melhorando a estrutura para atender aos jovens.

Estamos preparando com muito carinho uma grande festa para o dia 24, um momento alegre e descontraído para o reencontro dos amigos destes 25 anos, muitas fotos, imagens, algumas homenagens, mas principalmente uma oportunidade de reencontro e alegria dos antigos escoteiros. Contamos com a tua presença nesta confraternização.

 

Boas Notícias

          Recentemente, são muitas as boas notícias envolvendo os Escoteiros do Brasil e se têm muitas razões para otimismo e celebrações. Algumas merecem ainda mais destaque como o crescimento do efetivo, o final da atualização do Programa Educativo com as publicações do ramo Pioneiro (18 a 21 anos), o Jamboree Nacional, Curso Dirigente de Grupo Escoteiro à Distância e a publicação do Manual de Reconhecimento.

          Em 16 de abril, o chefe Altamiro Vilhena, membro do Conselho de Administração Nacional dos Escoteiros do Brasil, partilhou em seu blog (http://altamironocan.wordpress.com) as seguintes informações: “Em 31 março o contingente da União dos Escoteiros do Brasil se encontrava 39% acima do que apresentávamos na mesma data em 2011. Três Regiões já ultrapassaram o total de registros de 2011: Amazonas, Alagoas e Tocantins. O Pará e o Amapá já duplicaram o número de registros em relação a março de 2011 e logo devem atingir o contingente de 2011. Mantendo o número de registros, São Paulo já deverá chegar a 10 mil associados até o final de abril. A maior parte das Regiões apresentam maior número de registros do que na mesma data em 2011. Apenas quatro regiões, duas no norte e duas no nordeste mantém-se com números em declínio. É importante que a Diretoria Nacional foque estas regiões com vistas a reverter este quadro.”

          Estamos crescendo muito, finalmente retomando a curva ascendente que foi a marca a partir de meados dos anos 1990 e que foi interrompida, quando se experimentou uma grande evasão e dificuldades enormes de crescimento. Parece que finalmente a página foi virada e o escotismo brasileiro terá a penetrância que merece na população.

          Outra boa notícia há muito esperada foi a conclusão da atualização do Programa Educativo com as publicações do ramo Pioneiro, que encerram este trabalho. Enfim voltamos a ter o programa completo para todos os ramos, obedecendo a mesma lógica, atualizado, moderno e motivador, tanto para os jovens como para os chefes. Somado a isto, os já consagrados Concurso de Fotografia, Jamboree na Internet, Mutirões de Ação Ecológica e Mutirões de Ação Comunitária que sempre são atividades envolventes e muito boas de serem desenvolvidas, anualmente editados.

          A proximidade de um grande evento nacional também impulsiona o crescimento e a motivação. São muitas as expectativas para o V Jamboree Nacional e se percebe, pelo programa preliminar, que há muita dedicação e empenho para o sucesso do evento.

          Também merece destaque a realização do primeiro Curso Dirigente de Grupo escoteiro a distância, promovido via internet, onde cada aluno pôde realizar a curso de qualquer computador, de acordo com sua disponibilidade de tempo. Oferecia conteúdo excelente, apostila para download e um formato de desenvolvimento muito bom, incluido avaliações. Certamente muitas novidades virão neste campo onde apenas se iniciou a caminhada.

          Após dois anos de trabalho, foi publicado e está disponível para download no site www.escoteiros.org.br o recém-criado Manual de Reconhecimento com mudanças e novidades nas condecorações escoteiras, apresentando novas medalhas e ampliando as possibilidades de reconhecimento para o nível local, ou seja, aqueles chefes que trabalham nos grupos escoteiros, sem estarem ligados aos escritórios administrativos. Popularizou a informação, jogou luz sobre o processo e possibilitou que qualquer pessoa faça o pedido de reconhecimento de forma simples.

          Experimentamos esta onda de boas notícias e novidades também no nível Local, que certamente é o objetivo de tantos avanços. O Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS nos últimos cinco anos consecutivos conquistou o Troféu Grupo Padrão, nível Ouro. Somos penta! Experimentamos o crescimento constante de nosso efetivo, que resultou em um prêmio Aurélio Azevedo Marques. Houve a Declaração de Utilidade Pública Municipal, Diploma de Reconhecimento da Câmara Municipal de Vereadores, além das conquistas individuais, refletidas pelos diversos distintivos especiais alcançados pelos jovens. Após sermos o maior contingente do Rio Grande do Sul no Jamboree Mundial de 2007 e participarmos com 9 integrantes no Jamboree Mundial de 2011, seremos 30 participantes no Jamboree Nacional em julho deste ano, no Rio de Janeiro. Sem dúvida, este é um ciclo muito virtuoso, reflexo das mudanças.

 

 

Medalhas e Reconhecimento

 

            No último Congresso Nacional Escoteiro realizado em São Luís, a comissão encarregada de revisar as condecorações escoteiras apresentou o resultado de seu extenso e detalhado trabalho, com a revisão das medalhas existentes, criação de novas comendas e também de outras formas de reconhecimento, como o Pin do Cônjuge.

            Sem dúvida um trabalho de fôlego, que merece elogios e que por várias vezes destaca a preocupação de reconhecer o nível local. Isto atende a grande população dos chefes, pois é no nível local e no interior do país, onde a maioria dos escotistas atua e este é o trabalho mais importante, uma vez que o jovem é a razão de existir do escotismo. Todavia, as condecorações são mais frequentemente destinadas aos chefes ligados aos níveis regional e nacional de administração do escotismo.

            Corrigir este viés era uma questão antiga que precisava ser enfrentada. Contudo outros três pontos permanecem obscuros. O primeiro deles diz respeito a como estas pessoas serão identificadas. Atualmente, é necessário que outra pessoa do grupo escoteiro tenha conhecimento sobre as condecorações e seu processo de concessão e provoque a Comissão Regional para a avaliação do caso. Isto é raro e difícil, muitos diretores e chefes reconhecem o merecimento dos seus colegas de grupo mas desconhecem as condecorações, seus critérios e como solicitá-las. É eticamente inadequado o chefe Mutley, como do desenho animado, que só ajudava o Dick Vigarista em troca de medalhas. Traduzindo, é descabido solicitar uma condecoração para si mesmo. No outro extremo, vemos chefes muito dedicados, que merecem todas as honrarias mas não estão nem um pouco preocupados com elas porque estão envolvidos demais com seus grupos e crianças. Como reconhecê-los ?

            Talvez isto pudesse ser resolvido com uma busca mais ativa pelas Regiões das pessoas merecedoras, quer seja através do SIGUE que hoje possibilita o acesso a vida escoteira, quer seja através da consulta pessoal as diretorias dos grupos que poderiam passar as informações. O maior exemplo é a Medalha de Bons Serviços. Quem de nós não conhece ou teve chefes brilhantes, dedicados, que sustentam seus grupos com trabalho e até dinheiro nos momentos de dificuldade, com muitos anos de dedicação e que nunca foram reconhecidos simplesmente porque seus pares desconhecem os caminhos.

            Esta situação é ainda mais percebida nos grupos do interior, muito próximos de suas comunidades mas distantes das capitais e grandes cidades. Usualmente o trabalho nas comunidades menores é muito bom porque todos se conhecem e se ajudam mutuamente, somando esforços da população para o progresso do grupo. Os chefes funcionam como agregadores e canalizadores dos potenciais locais, formando uma grande rede de contatos, invisível aos Escritórios Regionais. Reforçando este argumento, vejam quantos grupos do interior recebem a distinção Grupo Padrão, comparados proporcionalmente aos grupos dos grandes centros urbanos.

            Isto remete ao segundo ponto que é o critério para a concessão ou não, mas principalmente para a definição do grau da condecoração. Novamente se observam chefes com longas trajetórias e dedicação, que muitas vezes já atuaram em diferentes níveis mas que recebem comendas inferiores, baseadas em parte dos fatos de sua vida, a outros com história mais breve e menos intensa, mas onde seus pares souberam melhor apresentar as razões. Esta é outra situação onde uma breve consulta ao SIGUE ajudará a corrigir as dicotomias.

            A terceira questão é a situação sugerida de vinculação de uma condecoração como sequência da outra. O recém criado Tucano de Prata é destinado a atuação no nível local, onde o pré-requisito é a Cruz de São Jorge há pelo menos cinco anos. Esta foi também ampliada para o nível local, o que é muito bom, mas apresenta como pré-requisito a Medalha de Gratidão grau Ouro há dois anos pelo menos. Aqui o nó se fecha. O Manual é muito explícito nas páginas 10 e 11 ao afirmar que aqueles que atuam no nível local deverão receber o grau bronze. O grau Ouro é destinado para “dirigentes com destacada atuação por mais de duas gestões no nível regional ou nacional, etc”. Então, como o adulto de nível local poderá receber a Cruz de São Jorge e o Tucano de Prata se ele, atuando no nível local, não é elegível para a medalha de Gratidão Ouro, pré-requisito da primeira ?

            O novo manual ajudará muito, mas a subjetividade do processo ainda estará presente e talvez os maiores desafios sejam identificar os merecedores no nível local, de forma proativa, como proposto no novo manual, com a interiorização do processo, verdadeiramente reconhecendo também aqueles que trabalham preferentemente com os jovens, razão de ser do movimento escoteiro. Necessário também será reavaliar a questão da medalha de Gratidão Ouro e sua vinculação com a Cruz de São Jorge para que realmente aconteça a contemplação do nível local. Deverá haver trabalho extra para as Comissões.

Ciência, Academia e Escotismo

Clã Chama Farroupilha em momento de estudos.

 

No dia 31 de março o chefe Altamiro Vilhena, conselheiro do Conselho de Administração Nacional (CAN), publicou em seu blog a seguinte notícia:

Os Escoteiros do Brasil estão iniciando a política de valorização dos trabalhos científicos (acadêmicos) relacionados ao Movimento Escoteiro. Esperamos trazer muita coisa interessante para esta área, que já foi tema de debate na última reunião do CAN.

Apresentei uma proposta sobre a valorização das pesquisas científicas com temática escoteira através de uma premiação com abrangência nacional, que foi aprovada por unanimidade. Agora vamos ter que regulamentar e fazer acontecer.

Até lá a UEB já está disponibilizando no site nacional alguns trabalhos elaborados por interessados no Escotismo como ferramenta educacional de valor.

Esta é uma novidade de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento do movimento no Brasil. Quando foi escrito sobre o “Estudo e a Insígnia da Madeira” neste blog, em fevereiro, se procurou argumentos com este mesmo enfoque, pois se acredita que tais tópicos são faces de uma mesma moeda.

Somente estudando mais se poderá escrever mais e produzir melhor conhecimento e então ter uma base acadêmica, científica, para a aplicação no cotidiano dos grupos. Neste momento, estão disponíveis no site dos Escoteiros do Brasil dois estudos interessantes, o primeiro é “A contribuição do movimento escoteiro na educação do Brasil”, elaborado por Camila Moreno de Lima Silva, na Universidade de São Paulo. O objetivo foi demonstrar como um movimento de ensino não-formal se incorporou na educação formal no Brasil, e aspectos da educação ambiental presentes no projeto político pedagógico. O trabalho foi apresentado para o curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, e é uma pesquisa qualitativa de fôlego.

O outro estudo se chama “Movimento escoteiro: A vida de Baden-Powell e o nascimento do escotismo”, elaborado por José Ricardo Cabidelli Oliveira, na Universidade Federal do Espírito Santo. É uma monografia, apresentada no curso de Licenciatura em História que traça uma contextualização bastante interessante do ambiente onde o escotismo surgiu.

A iniciativa do CAN, em especial do Conselheiro Altamiro, em destacar através de um prêmio os trabalhos acadêmicos que envolvam o escotismo merece aplausos, reconhecimento e também o trabalho e empenho de todos para ajudar a concretizar este projeto. O currículo Lattes é uma ferramenta que pode auxiliar na formação de uma equipe multidisciplinar envolvida com este projeto, com chefes relacionados com a vida acadêmica, produção científica e pós-graduação.

Parabéns ao Altamiro e demais conselheiros do CAN, com certeza este avanço produzirá muitos conhecimentos para o Escotismo, ajudando a projetá-lo e torná-lo mais entendido e compreendido fora de seus próprios muros. Estudar é preciso.

 

A construção da sede

A construção da sede

            Um dos objetivos deste blog é manter preservada e acessível a todos a memória do Grupo Escoteiro Chama Farroupilha, que já conta 26 anos. De outra forma, a questão de uma sede própria para o grupo escoteiro é uma questão recorrente e que pode gerar muitos problemas, todavia a sua existência só traz benefícios, assim, compartilhamos a nossa experiência.

            Algumas histórias não podem ser confirmadas, perdem-se no tempo ou vão passando de boca em boca e isto pode fazer com que elas sofram alterações. A história sobre a aquisição dos terrenos envolve dois momentos diferentes. O primeiro foi o dinheiro conseguido com o lucro da venda de biscoitos escoteiros, que eram fornecidos pela Região Escoteira na década de 1980, dentro de um projeto financeiro de estruturação dos grupos do estado. Eram buscados em Porto Alegre pelo Akelá e um dos fundadores do grupo, Achiles Goldani Netto e vendidos pelos próprios escoteiros em Triunfo.

Como não foi suficiente para a compra de dois terrenos no centro da cidade, houve um segundo momento. Assim, o que sabemos é que o Silvio Machado Felten, o Sivica, infelizmente já falecido, era o Diretor-Presidente da Comissão Executiva no Grupo, nos idos de mil novecentos e oitenta e oito, quando a cidade de Triunfo iniciava seu mais recente ciclo de riqueza, desta vez gerado pelo III Pólo Petroquímico.

            Era um período de muitas obras por todo o município com construção de praças, da Câmara de Vereadores, do ginásio de esportes, abertura de estradas, etc. Por alguma razão qualquer o prefeito viajou (na época era o Sr. Osmar Vargas da Silva) e não havia vice-prefeito porque um trágico acidente de trânsito vitimou o Sr. Henrique Agildo da Silva, que era o prefeito eleito, antes de sua posse. Então, quem assumiu o município durante um afastamento temporário do seu Osmar foi o presidente da Câmara de Vereadores, Auro Lima de Souza.

            Durante este curto período de tempo de apenas uma semana e com tratativas ainda mais breves, o Chefe Goldani realizou a intermediação necessária para a obtenção, através da ajuda do prefeito interino, da doação do valor faltante para a aquisição dos dois terrenos pela Construtora RTS. Foram devidamente escriturados em nome do Grupo de Escoteiros, e assim permanecem até hoje.

            Naquela época, os terrenos foram adquiridos em um loteamento que recém estava sendo aberto, nem calçamento havia nas ruas, embora a apenas cinco quadras da rua principal da cidade. Passaram-se poucos anos e hoje a sede localiza-se em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a poucas quadras do centro e em uma de suas partes mais altas, com vista para o rio Jacuí. A escritura número 8520 é de 19 de julho de 1988.

            Bom, as reuniões passaram a ser realizadas, então, na nossa propriedade. A rua fazia pouco havia sido aberta, sem calçamento e os terrenos eram apenas um capão de mato nativo, sem vizinhos.

            Pouco tempo após os terrenos serem comprados, os pais fizeram um mutirão e elevaram o esqueleto de um galpão, o qual até hoje serve de estrutura para a sede, e colocaram o telhado. Não havia paredes. Era neste ambiente que a partir de 1989 fazíamos a maioria das nossas reuniões, em um telheiro dentro de um capão de mato, porque embora estivéssemos no centro de Triunfo, não tínhamos vizinhos por ser um loteamento novo que há pouco tempo era uma chácara.

Aspecto do início da construção do galpão, observe que a rua Vereador Adão Tavares da Silva não estava calçada. Ao fundo, à direita, está a Paineira próximo a sede e que pode ser vista da cidade de São Jerônimo.

            Cada reunião gerava uma quantidade infindável de trabalho, pois tudo tinha que ser muito bem planejado e carregado de casa para que o programa funcionasse adequadamente. Se uma simples caixa de fósforos fosse esquecida, isto poderia arruinar todo o programa. E nada pode ser mais triste ou perigoso do que uma tropa motivada sem ter o que fazer. As inscrições eram preenchidas em uma prancheta e conversávamos com os pais em pé pois não havia cadeiras ou bancos.

            Os monitores continuavam guardando as caixas de patrulha e todo o material de acampamento de suas patrulhas em suas próprias casas. Desnecessário dizer quanto material foi perdido neste período e a trabalheira que era sair para um acampamento pois o material tinha que ser recolhido de casa em casa ou levado até o Posto de Gasolina do Sivica, tradicional ponto de encontro do Grupo Escoteiro durante os anos que não havia sede, na esquina da Rua Luiz Barreto com a Professor Coelho de Souza.

            Após algumas articulações, conseguimos levantar meias paredes de tijolos em toda a volta do prédio, o restante das paredes seria de costaneiras, conseguidas com a CEEE, na Granja Carola, pelo Diretor-Presidente Sérgio Odorizi. Nunca conseguimos finalizar este projeto e com o passar do tempo, as madeiras foram desaparecendo até que um dia a pilha não existia mais.

            Havia uma combinação obrigatória e óbvia com os jovens: Se chover, não tem reunião. O hasteamento da bandeira era realizado em um galho de árvore porque não tínhamos mastro.

            O tempo passou, após alguns meses foi eleito para prefeito de Triunfo o Sr. Francisco Lineu Schardong. De início, mostrou uma verdadeira disposição em ajudar o grupo escoteiro, mas havia a necessidade de um caminho legal para que isto fosse feito. Na época, o Procurador do município era o Dr. Jaime Adair Garcia com quem tivemos incontáveis e proveitosos encontros na Prefeitura Municipal.

            Enfim, surgiu uma luz. Quando da elaboração da Lei Orgânica do Município, o Chefe Saulo Ernani Radin conseguiu a inclusão de um artigo prevendo o auxílio do município ao grupo escoteiro. O artigo 227 diz que os órgãos de educação e cultura do município poderão auxiliar o movimento. Desta forma, havia o amparo mas não havia de onde sair a verba.

            Novas rodadas de tratativas, a Sra. Sílvia Helena Roth Volkweis era Assessora de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e a Secretária de Educação era a profa. Nara Pereira da Rosa que abraçou a causa e forneceu, através de sua secretaria e com esta intermediação, a verba necessária para a construção do prédio.

            Finalmente, todos os retalhos da colcha foram costurados. Um cronograma físico-financeiro foi elaborado e o Goldani novamente tem um papel de destaque, acompanhando toda a execução da obra. Inclusive, muitas coisas da sede como a escada para o canto sênior, o mastro e o calçadão em torno da sede foram concebidos pelo Goldani. Quem venceu a concorrência e executou a obra foi o Sr. Zeno Souza Peixoto.

            As obras estavam prontas para serem iniciadas e o Presidente, Sérgio Odorizi ainda negociava com a Corsan e CEEE. Então, nossos vizinhos, o Sr. Paulo Leandro Flores, ex-chefe deste grupo, cedeu a água passando uma mangueira para o terreno e o Sr. Júlio C. Oliveira cedeu a energia elétrica passando um fio de extensão, ambos pelo meio da rua porque são vizinhos de frente da sede do grupo. Graças a generosidade destas duas pessoas que não houve atraso na execução da obra.

            A tão esperada inauguração aconteceu no dia 24 de junho de 1995, contou com a presença do Prefeito Municipal, da Secretária de Educação e da Assessora de Turismo e Cultura, já nominados. O Diretor Regional de Escotismo, Sr. Nelson Zepka Senna e o chefe Ernani Claire Valente Rodrigues estiveram presentes, assim como o Grupo Escoteiro Baependi completo sob a liderança do chefe Ronei Castilhos da Silva, o Grupo Jacuí, nosso padrinho, e o Grupo Inhanduí.

            A trilha sonora foi executada ao vivo, a cargo de Gildo Campos e do maestro Célio Franco, houve chuva e a cerimônia foi realizada dentro da sede, seguida de um coquetel. Dispensável dizer a alegria que este dia representou, uma sede própria, grande, nova e que sonhávamos há 10 anos!

            O primeiro acantonamento na sede ocorreu em 1º. e 2 de julho de 1995, já no final de semana seguinte a inauguração, tamanha era nossa ansiedade e chamou-se PAS (Primeiro Acantonamento na Sede), com quatorze escoteiros presentes. Todavia, a primeira cerimônia no interior da sede ocorreu alguns dias antes da conclusão da obra e foi uma Investidura Sênior, coordenada pelo chefe Saulo em 15 de junho de 1995, estando presentes sete seniores da Patrulha Botocudos Pancas, tendo como monitor Geleovir Freitas e submonitor Elzo Giacomelli Júnior, com a presença do chefe Maurício Volkweis que tirou fotos registrando este momento histórico.

 

Ao fundo Chefe Saulo realizando a primeira cerimônia na nova sede, em 15 de junho de 1995.

            A área na frente e a outra nos fundos do prédio, bem como o cercamento com telas dos terrenos foram realizados somente em 2009, na administração dos Diretores Carlos Henrique Dias, Zorika Tavares Schubert e Fábio Hausen Pereira.

            Assim construímos nosso patrimônio que requer manutenção e melhorias constantes mas que proporciona um prazer imenso aos jovens que reconhecem a “sede” como sua outra casa, proporcionando uma convivência muito prazerosa.

Salário de Chefe

 

Moedas da Boa Ação

 

            Qual a maior satisfação de um chefe escoteiro? Qual o salário de um escotista? Muitos respondem que é o sorriso dos jovens com quem trabalhamos, mas hoje se pode afirmar com tranquilidade que esta é uma satisfação ou pagamento fugaz, é como se fosse a gorjeta que se recebe ao atender bem um cliente ou freguês, não é o pagamento verdadeiro.

 

            Atualmente acreditamos que nosso pagamento verdadeiro, o salário de carteira assinada com fundo de garantia, é olhar para trás depois de alguns anos e ver que rumo tomaram os jovens que foram nossos escoteiros, que caminho eles escolheram para suas próprias vidas depois que passaram por nossa influência.

 

            É o sucesso deles que expressa o nosso salário, o quanto trabalhamos bem ou quanto ainda podemos melhorar como chefes, como pessoas. Obviamente que o escotismo não é a única influência na vida destes indivíduos, logo não pode receber todos os louros da vitória daqueles que se tornaram cidadãos de sucesso e nem a responsabilidade pelos insucessos e problemas que muitos tiveram. Mas não se tem dúvida que a contribuição do Movimento Escoteiro é positiva e realmente ajuda as pessoas.

 

            O Grupo Escoteiro Chama Farroupilha esta em uma cidade pequena, por isso as pessoas não perdem o contato e quando se olha para os jovens que passaram pelo grupo nestes vinte e seis anos de existência, se sabe que alguns tiveram desventuras, mas são incontáveis os casos de sucesso. Pessoas que hoje são advogados, médicos, dentistas, engenheiros, administradores, contadores, empresários, professores, comerciantes, operários, militares, músicos, policiais, funcionários públicos, enfim, uma variedade de profissões, mas todos com uma vida honrada onde os enunciados de Baden-Powell fazem parte do cotidiano, muitas vezes sem serem percebidos conscientemente por aqueles que foram escoteiros.

 

            É com muita tranquilidade que se pode afirmar que a existência de um Grupo Escoteiro na comunidade é muito profícua, sendo inegável a sua contribuição para a educação dos futuros cidadãos. No caso do Chama Farroupilha, nunca é demais agradecer aos fundadores Silvio Machado Felten (in memoriam), Saulo Ernani Radin e Achiles Goldani Netto que juntos com outros plantaram a semente em 1986 e cuidaram da muda até ela se tornar uma árvore frondosa. Hoje aproveitamos sua sombra, colhemos os frutos, mas continuamos cuidando desta árvore que exige atenção permanente e contínua para que as próximas gerações também possam desfrutá-la e mais chefes recebam seus salários.

 

SIGUE, a vivência de um grupo escoteiro

           A experiência de utilizar o SIGUE, sistema de informações desenvolvido pela União dos Escoteiros do Brasil (UEB), para gestão dos grupos escoteiros, é uma das mais emocionantes possível. Esta ferramenta é um verdadeiro presente para as unidades escoteiras e a razão deste entusiasmo nasce na época em que toda a administração da seção e do grupo era na base do papel.

            Há poucos anos atrás era impossível pensar em ter acesso a base de informações do grupo escoteiro em qualquer lugar e a qualquer hora. Usualmente isto só poderia ser feito na sede do grupo e resultava em um volume significativo de papel que necessitava ser eternamente arquivado. Parece, aos chefes e dirigentes, algo óbvio, mas converse com chefes ou dirigentes novos, que entraram para o escotismo após a implantação do Sigue e conte a eles como era a vida na época da Ficha 120 e da 121 para adultos. Eles simplesmente não acreditam. Não crêem que era necessário escrever vinte, trinta vezes, a mesma frase em cada ficha individual, para cada atividade. Parecia castigo escolar do tempo antigo. Sem falar na dificuldade de utilizar e manter atualizados os pequenos e confusos campos da ficha 121. O resultado era a grande maioria de escotistas sem fichas pessoais, com sua história ficando perdida. Abaixo estão exemplos destas fichas, com modelos da década de 1990’s.

Ficha 120 dos anos 1990's

 

Ficha 121 dos anos 1990's

            É sabido que alguns grupos desenvolveram bancos de dados para usar o computador ao invés do serviço braçal, mas um sistema oficial, acessível a todos, é, talvez, o maior avanço administrativo de toda a história da UEB. Além disso, permite ao órgão central registrar e contabilizar tudo que é feito no país. Imagine um relatório ou alguma forma de divulgação do escotismo afirmando que em determinado ano, no Brasil, houve 5 mil acampamentos escoteiros, realizados pelos grupos, por exemplo. Hoje, qualquer informação desta natureza poderá ser gerada no Sigue, englobando todo o território nacional e oferecendo uma visão de tudo o que fizemos no país. Será possível contabilizar tudo o que o escotismo brasileiro produz.

            Outra inegável qualidade do sistema é o arquivo fotográfico que é formado, permitindo acesso a todos os participantes do evento. Com as devidas proporções, quase um Facebook escoteiro. Recentemente, a incorporação da avaliação das atividades do Troféu Grupo Padrão através do Sigue também representou um excelente avanço, reduzindo o trabalho e a duplicidade de informações e relatórios. Certamente logo os Mutirões Nacionais Escoteiros de Ação Ecológica e de Ação Comunitária seguirão o mesmo caminho.

            Após o período de implantação e aprendizado do sistema, experimentamos uma fase de neurose de dados, com a necessidade de lançar a maior quantidade possível de informações pregressas, o que resultou no resgate da memória do grupo. Fantástico. Um efeito colateral inesperado, mas muito benéfico, pois os livros e fichas estavam se deteriorando, todavia precisavam ser preservados e recuperados porque para aqueles membros que no passado faziam parte do grupo não podem ser incluídas novas informações, uma vez que a base de participantes é o registro escoteiro atual e isto nos parece também muito correto. Neste ponto aparece outro benefício, o combate a evasão, que desta vez é por uma vontade enorme do jovem em ter acesso as suas informações. Isto facilitou a vida nos grupos, pois naturalmente aumentou o interesse de cada um em registrar-se.

            Mas a riqueza do sistema está justamente em utilizá-lo em sua plenitude e não apenas para o registro escoteiro e inscrições em eventos. Percebemos que quanto mais o implantamos, mais necessitamos dele e mais facilidades e benefícios são descobertos. Até os chefes mais refratários acabam se rendendo ao sistema e gostando muito. Por isso, a preocupação dos chefes e dirigentes do grupo em abastecer de forma correta e abundante o programa é fundamental para o sucesso.

            Naturalmente, as chefias começaram a sofrer esta pressão dos jovens, pois se consultam o Sigue Jovem e encontram seus dados desatualizados, já na próxima reunião questionam sobre o assunto.

            Acreditamos que podemos avançar mais, justamente para motivar os adultos a lançar dados no Sigue. A exemplo do que o CNPq desenvolveu no meio científico, criando uma base de currículos dos pesquisadores brasileiros, conhecida como Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br), talvez fosse possível oferecer consulta pública ao sistema para os currículos escoteiros dos adultos. O currículo Lattes permite visualizar a vida acadêmica do profissional, sem que dados pessoais ou de identificação tais como endereços, telefones, CPF’s, exceto o nome, sejam mostrados, utilizando uma ferramenta de busca individual. Assim, seria viável a qualquer pai pesquisar a Ficha 120, ou parte dela, dos chefes ao qual está confiando seu filho. Haveria mais transparência e um cuidado maior na atualização dos dados.

            Concluímos afirmando que este sistema é estimulante, muitíssimo útil e seus idealizadores e desenvolvedores merecem o reconhecimento de todos nós que utilizamos o mecanismo, sem dúvida, um grande progresso para todos.

O Troféu Grupo Padrão

O Troféu Grupo Padrão Ouro

 A União dos Escoteiros do Brasil instituiu uma premiação de reconhecimento anual para os grupos escoteiros que cumprissem determinadas atividades, certos requisitos de funcionamento, administração, formação de adultos, aplicação do método escoteiro e participação na comunidade. Não é um concurso, cada grupo compete individualmente tendo que obter determinada pontuação. Logo que recebemos o material da primeira edição, percebemos que seria algo muito interessante e importante porque era uma forma de quantificar e avaliar como o grupo havia funcionado ao longo do ano. A chefia delegou o material e a tarefa de estudar as regras para dois antigos escoteiros que pretendiam permanecer na chefia do grupo.

Eram jovens e o progresso nos estudos fez com que eles mudassem de cidade e ninguém assumiu o Grupo Padrão. Passaram-se alguns anos até que percebêssemos novamente a relevância desta avaliação e como isto poderia ajudar o grupo a ser melhor. Foi somente em 2008, com a abertura do clã pioneiro, que finalmente conseguimos nos organizar para participar, inclusive com a criação de um grupo de interesse no Clã exclusivamente para o grupo padrão, com a função principal de estudar as regras e ajudar as chefias de seção na documentação e planejamento das atividades.

Portanto, participamos por cinco anos consecutivos, 2008, 2009, 2010 e 2011 obtendo pontuação ouro em todos os anos. Estamos aguardando a divulgação do resultado de 2012, do qual também estamos concorrendo. É inegável que ficamos muito envaidecidos com estas premiações em grau máximo, principalmente porque todos os membros do grupo escoteiro podem ostentar a conquista com um distintivo bem visível no uniforme. Também utilizamos estas conquistas como ferramenta de marketing para o grupo, pois é uma forma de avaliação da organização, das atividades realizadas e da inserção do grupo na comunidade.

Rende reportagens nos jornais locais, credibilidade junto as famílias e apoiadores. Há também o marketing dentro do próprio escotismo, com a inserção do grupo no Relatório Anual Nacional e Regional e a divulgação em diversos sites escoteiros. Podemos mostrar a comunidade que o trabalho sério desenvolvido é reconhecido pelo órgão máximo do escotismo brasileiro. Não somos aventureiros. Quando alguém pergunta se este é um bom grupo escoteiro, os troféus Padrão Ouro são uma das respostas que apresentamos.

Somos grandes entusiasmados desta atividade porque só tem nos ajudado, quer seja a melhorarmos nossas práticas, quer seja pelos ganhos secundários que o Chama Farroupilha obtém. Se o seu grupo não participa, deveria pensar seriamente nisto.

Quando você divulga o escotismo?

Quando você divulga o escotismo?

O escotismo no Brasil enfrenta dificuldades de crescimento, com um efetivo que já foi maior e está estagnado, não acompanhando o desenvolvimento proporcional da população do país. Diversas razões e alternativas estão expostas e discutidas no relatório O Escotismo Brasileiro, elaborado por de Jean Cassaigneau e publicado em fevereiro de 2008, a pedido da União dos Escoteiros do Brasil.

Uma das razões discutidas é a baixa autoestima que os jovens sentem em relação ao movimento, quando estão em público, conforme descrito na página 32, dizendo que sentem vergonha de aparecer de uniforme. Ora, certamente isto decorre do receio de serem ridicularizados ou debochados pelos transeuntes porque a indumentária escoteira pode parecer estranha a olhos incautos. Isto é um costume nacional, debochar das roupas diferentes, da camiseta do time adversário e tantas outras situações. Mas como esperar reconhecimento de um povo que picha suas próprias cidades, incendeia contêineres de lixo, se comporta como primatas quando dirigindo carros e motos e rouba bronzes de praças para derretê-los e vender a peso como sucata apagando a memória histórica? O problema é educacional e a solução certamente está fora do escopo do escotismo, embora este possa ajudar.

Muito bem, sabemos que para o crescimento da instituição o marketing é fundamental e que a repetição sistemática da imagem facilita muito na sua assimilação, todavia é raro os escoteiros serem vistos e mesmo não seria pertinente andar uniformizado vários dias da semana. Todavia, pensamos que temos uma alternativa muito eficiente à disposição, mas depende da participação de cada membro do movimento e não produziria constrangimento aos jovens.

É farto o material escoteiro que não compõem o uniforme/traje e é para uso social. Uma infinidade de camisetas, casacos, agasalhos, bonés, enxovais de eventos, pins e lapelas que a grande maioria de nós reserva para usarmos exatamente em atividades escoteiras, ou seja, junto de outros escoteiros. Pois a proposta é justamente usar este material diariamente como forma de divulgarmos sistemática e continuamente o movimento. Vá correr, pedalar ou caminhar nos parques com uma camiseta escoteira, use um boné ou chapéu australiano escoteiro para ir a praia, para ir para a escola, use as lapelas escoteiras no seu terno ou blaser. Adesive seu carro com adesivos escoteiros. Use canetas e peso para papéis escoteiros em seu escritório. Mostre de forma informal mas contínua que você é escoteiro. Faça isso sempre. Influencie os outros. Não tenho dúvidas de que teremos muito crescimento.

Os adultos podem iniciar a campanha de usar roupas com motivos escoteiros sempre que possível e os jovens se sentirão confiantes para também fazê-lo. Não perca a oportunidade de falar sobre escotismo com seus colegas e amigos. Quantas vezes só depois de conhecermos uma pessoa há algum tempo, descobrimos que ela também é ou foi escoteira? Isto só depois de já sabermos para qual time torce, o que gosta de comer e tantos outros detalhes pessoais. Isto ocorre justamente porque não deixamos transparecer que somos escoteiros. Guardamos segredo. Pois bem, divulgue o movimento, use suas camisetas e bonés escoteiros pela cidade, no cotidiano. É um marketing barato, elegante, frequente e que certamente trará muitos outros membros para o escotismo.

Grupos escoteiros irmãos

O Grupo Escoteiro Jacuí, de Charqueadas, é o grupo padrinho do Chama Farroupilha, as atividades escoteiras iniciaram em Triunfo em 1985, coordenadas pela chefia daquele grupo, conforme já citado. Durante algum tempo, as atividades de campo foram conjuntas, vide relatos posteriores do Acampamento Farroupilha, e após a fundação, o então Comissário Distrital, Jorge Luiz Wolff, pertencia ao Jacuí. Na sequência, foram realizados periodicamente os chamados Cursos de Monitores com jovens de ambos os grupos e o último deles foi há mais de dez anos e contou com a presença também dos Carajás, sendo promovido no Iate Clube, em Charqueadas.

No ano de 2008, o Jacuí nos presenteou com a Família Krause. Uma família escoteira inteira, formada por pai, mãe, uma filha e um filho. José Carlos Krause Lopes assumiu a chefia da Tropa Sênior logo após a mudança do Chefe Lucas Meister para Caibaté. Berenice Teixeira Lopes passou a ser a Kaa da alcatéia, Alexandre Teixeira Lopes e Letícia Teixeira Lopes, membros juvenis. Todos são pessoas muito motivadas e dedicadas, que colaboram de forma incansável com o escotismo e contribuem muito para o progresso do Chama Farroupilha. Uma família digna de admiração. A chegada deles foi exatamente quando o grupo escoteiro ficaria fragilizado, pois a filha mais velha do chefe Maurício havia recém-nascido, exigindo seu afastamento temporário e menos dedicação ao grupo e o Chefe Lucas estava de mudança. Mas nada ocorre por acaso e com eles o grupo manteve o pique, ânimo e motivação, melhorando muito na organização.

Com o envolvimento em cursos e em eventos escoteiros maiores, surgiu uma forte relação com outros grupos escoteiros, particularmente com o G.E. Jean de Lery, de Estância Velha e o Inhanduí, de Canoas. A relação começou quando foram colegas de cursos o Maurício Volkweis, o Fabiano André Trein e o Guilherme Raymundo, chefes de tropa de escoteiros, respectivamente, do Chama Farroupilha, Jean de Lery e do Inhanduí. Fizemos juntos o Curso Técnico do Ramo Escoteiro (o extinto CTR), o Curso Básico e a parte de campo do Curso Avançado. A amizade formada por estes três chefes estendeu-se aos grupos.

 Com estes dois grupos, participamos do Jamboree Panamericano da Bolívia, do Acampamento dos 10 anos do Chama Farroupilha e de dois Acampamentos de Aniversário do Jean de Lery. Por outras duas vezes o Inhanduí e o Chama Farroupilha realizaram acampamentos de tropa em Triunfo e em São Jerônimo. Com o Jean de Lery também participamos dos Jamborees Panamericanos da Guatemala e de Foz do Iguaçu, e dos Mundiais do Chile e da Suécia. No Jamboree Mundial da Inglaterra, no centenário do escotismo, onde o Chama Farroupilha foi a maior delegação do Rio Grande do Sul, contamos com a chefia da delegação gaúcha a cargo do chefe Osni Rosenhaim, que é uma grande expressão escoteira do Grupo Jean de Lery.

Mais recentemente, passamos a ter uma relação próxima com o G.E. Arno Friedrich, de Porto Alegre. Nosso primeiro contato foi em 1996 no Jamboree da Guatemala, quando quatro membros do Arno ficaram em nossa tropa, até que anos depois recebemos o Arno em Triunfo para um acampamento e desfile cívico, em 20 e 21 de setembro de 2003, quando acantonamos na sede e acampamos no Camping do Areal. Foi-nos oferecida uma lembrança que está em nosso armário de troféus, sendo uma grande placa em madeira com uma flecha confeccionada em pedra-sabão e madeira pirografada pelo diretor-presidente do grupo na época, o artista plástico e publicitário uruguaio Eduardo Alqueres. Estivemos juntos em diversos Jamborees e contamos com seu apoio na estruturação do clã pioneiro. Tudo fruto da amizade com dois chefes em particular daquele grupo, Márcio Sequeira da Silva e Marlon Benites de Souza.

1º. Torneio Brasileiro de AROBOL

1º. Torneio Brasileiro de Arobol

 Importado da Guatemala, este esporte foi aprendido pelos brasileiros durante o X Jamboree Panamericano, em Muxbal, em 1996. O objeto que faz as vezes de bola é uma correia de motor, daí o nome “arobol”. É jogado por duas equipes com número igual de participantes e o objetivo é acertar o aro em um longo bastão segurado por um dos jogadores, mas que não pode mover-se e se posiciona atrás do time adversário. O jogador de posse do aro não pode dar mais de três passos contínuos, quando deverá passar para alguém da equipe ou tentar o arremesso para o ponto, desde que o meio do campo já tenha sido transposto. No mais, segue regras semelhantes ao handebol ou basquete.

As partidas na Guatemala iniciaram justamente ao lado de nosso canto de patrulha, nos fundos da barraca da chefia, porque ali havia um espaço livre, um campo de chão batido, tapado de poeira. Desnecessário dizer como ficavam nossas barracas com tanto pó. Por conseqüência, nossos escoteiros aprenderam bem as regras. Como nosso subcampo ficava muito distante da arena central do evento, era na porção mais alta do morro, durante o tempo livre, os jovens de todas as tropas muitas vezes preferiam ficar no subcampo jogando a se deslocar até lá.

Um mês após voltarmos do Jamboree guatemalteco organizamos o Acampamento dos 10 anos, para comemorar o aniversário do Chama Farroupilha e dentro da programação do evento estava o Primeiro Torneio Brasileiro de Arobol. Para que não se dê por passado, fica aqui o registro deste fato inédito porque já vimos muitos outros grupos escoteiros praticando o arobol recentemente. Além dos registros fotográficos do evento, as mais de cem pessoas presentes foram testemunhas e disputaram o torneio.

Organizamos quatro quadras simultâneas, os juízes das partidas de cada quadra foram os chefes Maurício Volkweis e Mateus Freitas do Chama Farroupilha, Fabiano Trein do Jean de Lery e Guilherme Raymundo do Inhanduí, sendo este o único dos quatro que não havia aprendido o Arobol diretamente dos guatemaltecos porque não havia participado deste Jamboree. Então, ensinamos previamente as regras a ele para que também pudesse atuar como árbitro em uma das chaves do torneio.

A atividade foi aplicada no ramo escoteiro e cada grupo participou com mais de um time, organizados de acordo com as patrulhas presentes e aconteceu junto ao local de acampamento, no Camping do Areal, no centro de Triunfo, as margens do rio Jacuí, durante à tarde do dia 25 de maio de 1996, das 14 h e 30 min até as 16 h e 30 min. Após 15 anos, o resultado do torneio perdeu-se no tempo, não sabemos mais a classificação das patrulhas participantes.