Monthly Archives: Março 2013

Seguem as obras da sede

As obras de reforma da sede do Grupo Escoteiro Chama Farroupilha 183 RS, com a construção de um novo andar e telhado de borracha seguem de vento em popa. É grande a mobilização da comunidade da cidade de Triunfo, com muitos patrocinadores para o empreendimento, a maioria deles antigos escoteiros do grupo.

Abaixo, a estrutura que sustentará o novo andar, vista do nível deste novo piso.

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Novos pilares de sustenção do telhado e do novo andar, vistos do nível do solo.

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Vista geral do salão a partir da porta da sala da chefia, andar térreo, onde se observa inferiomente a nova estrutura de sustentação do novo andar. Ao fundo, onde se vê uma mesa atravessada, será a nova escada.

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Vista do andar superior e da parede da frente da sede com as novas aberturas, em cada uma delas haverá uma sala. O ripamento para receber o novo telhado também já está sendo feito.

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Abaixo, a parede da fachada com o ripamento do telhado em construção.

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Vista dos fundos, a estrutura de sustentação para a nova cobertura, com a diferença de nivel entre o telhado da frente com o novo andar e o da parte posterior.

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Muitos andaimes em todo o entorno da sede.

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As novas “telhas” sendo preparadas e classificadas para o uso.

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Assembléia Regional Escoteira 2013

A Assembléia Regional de 2013 da Região do Rio Grande do Sul foi realizada neste domingo, em um ambiente de intensa confraternização e amizade.

Presidida pelo Chefe José F. Machado, que daqui a um mês completará 80 anos, transcorreu com excelente dinâmica e um público que superlotou o auditório da Academia de Polícia Militar.

A chapa única com a formação de Márcio Sequeira da Silva para Presidente e para Diretores Breno Nunes Dias, Paulo Vinícius de Castilhos Palma, Rebeca Pizzi Rodrigues e Ricardo Silva de Freitas foi eleita por aclamação.

Para a Comissão Fiscal Regional foram eleitos Mario Henrique Peters Farinon, Nelson Zepka Senna e Osório Flores Coronel.

Para a Comissão de Ética e Disciplina Regional foram eleitos Carlos Alexandre Bueno, José Carlos Petró e Marlon Benites de Souza.

Como Delegados para a Assembleia Nacional da UEB foram eleitos: Cláudio Bressiani, Eduardo Eichenberg Furaste, Francisco José Vergara Ferreira, Glacy Robaina Bressiani, Maurício Roth Volkweis, Mauro Luis Borges Matiotti, Osório Flores Coronel, Paulo Roberto Siebiger, Ricardo Guerra Lazzarotto e Ricardo Kontz.

Como candidato ao Conselho de Administração Nacional foi escolhido por aclamação Maurício Roth Volkweis. O chefe Mário Henrique Peters Farinon também era candidato e gentilmente retirou sua candidatura a nosso favor.

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Candidatos eleitos momentos antes de renovarem sua promessa escoteira, todos juntos no palco.

Dentre outros assuntos, foram entregues os troféus Grupo Padrão, e o grupo escoteiro Chama Farroupilha 183 RS recebeu pelo sexto ano consecutivo o troféu Padrão Ouro.

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Integrantes do Chama Farroupilha 183 recebendo o troféu das mãos de Nelson Senna e Wilma Schiefferdecker

Eleições

Eleições

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     Dia 24 é o dia de nossas eleições escoteiras, quando escolheremos a Diretoria Regional (equivale ao nosso Governador) para os próximos 3 anos. Além destes também votaremos para eleger o Conselho Fiscal, a Comissão de Ética e Disciplina e o candidato do Rio Grande do Sul ao Conselho de Administração Nacional (CAN). Este último para concorrer nas eleições nacionais, em Recife, no final de abril.

     Esta eleição é por delegados e cada grupo escoteiro tem direito a pelo menos 2 votos, podendo ser mais de acordo com o tamanho do grupo.

     Apoiamos a chapa liderada pelo chefe Márcio Sequeira, composta por Rebeca Pizzi Rodrigues, Paulo Palma, Ricardo Freitas e Breno Dias. Individualmente, sou candidato a concorrer para Conselheiro Nacional.

     As inscrições se encerraram dia 13, quarta-feira, mas o Escritório Regional do Rio Grande do Sul não divulga nem os nomes nem a quantidade de candidatos inscritos para concorrer para cada cargo, nem no site nem por contato pessoal. Portanto, não sabemos o tamanho deste processo eleitoral. Só a Diretoria Regional sabe quantos e quais são os candidatos.

     Como estou concorrendo, gostaria de reafirmar meu compromisso, expondo algumas idéias.

     Quero ser Conselheiro Nacional porque acredito que posso contribuir para a melhoria e crescimento do escotismo brasileiro. Não escolhi ser escoteiro, como a maioria de nós que foi levado pelos pais ou amigos para um grupo. Eu nasci em uma família escoteira, portanto já estava completamente envolvido. Fui absorvido. Sou a terceira geração de escoteiros da família, portanto, desde bebê já convivia com o movimento. De promessa conto 32 anos de escotismo. Meu avô, chefe de grupo, morava ao lado da sede, isto quando ela foi construída, porque a primeira delas foi seu antigo galpão aviário, no pátio da casa. A família Roth é escoteira desde 1941.

     Este resgaste histórico é para mostrar que o escotismo é parte constante da minha vida e nunca ficou limitado às tardes de sábado, embora isto por si só não signifique que eu seja mais qualificado, apenas muito dedicado e envolvido.

     Nunca deixei de trabalhar com os jovens, portanto, mais que um teórico ou acadêmico do escotismo, sou um chefe de tropa, acostumado a ouvir os jovens, particularmente as Cortes-de-Honra, que penso ser uma das idéias mais geniais de Baden-Powell. Mesmo minhas experiências internacionais escoteiras foram chefiando tropas, acompanhando os jovens.

     Contudo, não deixei de completar a formação do chefe, concluindo em 1997 a Insignia da Madeira e na ânsia de escrever e expor idéias, iniciei este blog há mais de ano e escrevi um livro contando os 25 anos de história do Chama Farroupilha, um grupo escoteiro do interior e que é um sucesso em sua comunidade, porque pensamos que o grupo tem que estar voltado para a sua comunidade.

     Gostaria de um Conselho Nacional que mostrasse seu trabalho não somente através das atas e resoluções, mas também de uma maneira informal, direta e objetiva. Esta é uma promessa de campanha, expor neste blog resumos informais das reuniões, impressões pessoais e palpites. Afinal, as reuniões são públicas. Uma das muitas sugestões que ouvi durante esta campanha visitando grupos, Indabas e reuniões de ramo foi o acesso direto e objetivo à informação.

     Também acredito que o longo caminho de crescimento que o escotismo brasileiro tem que trilhar, se comparado a qualquer país do mundo, está baseado nos grupos escoteiros e no que as administrações centrais podem apoiar e oferecer. Assim fizemos nosso grupo crescer, tanto no patrimônio humano quanto imobiliário e financeiro.

     Recentemente eleito como Papa Francisco, o Cardeal Bergoglio sempre insistiu com os religiosos argentinos, particularmente as freiras, para que “saíssem e caminhassem pelas ruas”, convicto de que, “se a igreja não sair de si, perecerá”. Pensamos também que o escotismo precisa se voltar para a sociedade, sair das sedes e escritórios, aparecer espontaneamente e não apenas a convite. Somente assim despertaremos o interesse daqueles que nos rodeiam, da mídia, da população, para aquilo que fazemos.

     Tenho muitas intenções. Neste momento gostaria de reforçar minha candidatura, convidar aos amigos para que visitem este blog porque estou escrevendo aqui há mais de um ano e talvez seja esta a melhor maneira das pessoas me conhecerem, e que também é um canal aberto para qualquer escoteiro me achar e conversar comigo, mesmo que não tenha meu email ou número de telefone.

     Mas, principalmente, enfatizar a questão da transparência, uma das principais bandeiras da chapa “O Escotismo que queremos”. As pessoas precisam saber de forma fácil e acessível, precisam ter acesso a informação, precisam saber como votar, como se candidatar, quem tem direito, como fazer para ter direito, quantos candidatos são. Se não conhecermos previamente todos os candidatos, como poderemos escolher serenamente, com calma e ponderação. Delegados de grupo precisam ouvir as bases que o elegeram, pois representam as famílias. Democracia e processo democrático. Voto é coisa séria. Sem informação, não nos sentimos parte do processo e não crescemos.

Por fim, e para reflexão, lembremo-nos de dois artigos de nossa Lei que juramos obedecer e pautar nossas vidas: “O escoteiro tem uma só palavra, sua honra vale mais que a própria vida; O Escoteiro é LEAL.”

SAPS

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O novo Papa é escoteiro

O novo Papa é escoteiro.

Cruz Suástica, um símbolo banido do escotismo

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A cruz suástica é um símbolo há muito conhecido da humanidade, com registros em cerâmicas de 2 a 3 mil anos antes de Jesus Cristo. Considerado por alguns como místico, já aparece nos povos Celta, Azteca, Hindu, entre tantos outros. Além das religiões, também aparece na arquitetura e nas artes. O termo é derivado do sânscrito e significaria felicidade, prazer e boa sorte, portanto com uma mensagem muito positiva.

Dentre as várias apropriações que Adolf Hitler realizou, esta foi mais uma delas. Promovendo uma angulação, foi adotada como símbolo do Partido Nazista e passou, na história recente, a carregar a associação com toda a situação negativa e coisas ruins promovidas por eles.

Baden-Powell adotou o cruz suástica como mais um dos itens da simbologia escoteira. Representava o sol e era uma condecoração de agradecimento, oferecida inclusive a pessoas de fora do Escotismo que houvessem ajudado o movimento. Apresentavam uma numeração no verso que se repetia e algumas ainda apresentavam as iniciais do pessoa condecorada. O nível Ouro era confeccionado realmente em ouro, embora 9 quilates.

Diante da forte propaganda nazista, o movimento escoteiro não teria como restabelecer a verdade histórica ao público e informar que o símbolo fora utilizado pelo escotismo antes que os nazistas dele se apropriassem. Baden-Powell usou a cruz suástica para representar as quatro partes do mundo, considerando que em todas elas existiam escoteiros. A cruz, para o fundador, representava um símbolo de fraternidade (1).

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No Brasil, seu uso e concessão aparece ainda na segunda edição (1932) do Guia do Escoteiro, de Benjamim Sodré, pelo menos em duas inserções (3).

Na página 36, se observam duas condecorações oficiais com a presença da suástica. A primeira se chama simplesmente Cruz Suástica e é o modelo fotografado no início deste artigo, mostrado suas duas faces e parte de nossa coleção. Conforme esclarecido aqui, haviam três classes: bronze, prata e ouro. Destinava-se a recompensar serviçoes prestados ao escotismo por pessoas que não fizessem parte dele.

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Na mesma página, mais abaixo, se observa a Medalha de Mérito, concedida a escoteiros e chefes “por atos meritórios ou bons e largos serviços prestados ao escotismo”. A condecoração é de formato circular, com uma cruz suástica ao centro, sobreposta por uma flor-de-lis.

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Todavia, é na página 78 que Benjamin Sodré explica mais detalhadamente o significado do símbolo e qual as relações que Baden-Powell fez para a sua adoção no escotismo. Ele destaca que se trata de uma distinção concedida a pessoas que prestam serviços ao movimento escoteiro, devendo seus membros, ao verem um portador desta honraria, imediatamente oferecer seus préstimos. Também descreve, entre outros atributos, que é um símbolo de fraternidade.

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Devido àquela apropriação nazista, ela precisou ser rapidamente removida do escotismo, para evitar a associação com o nazismo, virando parte da história do movimento escoteiro. Foi descontinuada sua produção como condecoração aproximadamente em 1935. Os modelos sem estrelas na flor-de-lís (como este das fotos iniciais aqui apresentadas) são mais antigos e a produção iniciou aproximadamente em 1910.

As restrições colocadas pelo Estado Novo (1937-1945) durante a ditadura de Getúlio Vargas, impunha a condição de “súditos do Eixo” e inimigos do Brasil, após 1942, quando o país declarou guerra contra a Alemanha, Itália e Japão, para aqueles que descumprissem as regras. Estas incluiam a proibição de falar alemão em público e a obrigação de comunicar a polícia encontros e reuniões ou qualquer outra forma de reconhecimento e identificação com o nazismo (2).

Paralelamente, o governo planejava criar a Juventude Estatal Brasileira, para cultivar o bom nacionalismo, onde todas as crianças  de escola deveriam participar, exceção feita pela lei àquelas crianças que participassem do Escotismo (2).

Historicamente, este é um breve registro de um importante símbolo da mística escoteira, pertencente aos primórdios da organização, que precisou ser retirado do escotismo, mas não completamente apagado da memória do movimento.

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Edição francesa do “Livro do Lobinho”, com a cruz suástica na capa. Imagem da internet.

Referências:

1 – Mindlin, José, Avanhandava -A construção de um projeto para a juventude, Cap. 2, ed. CIP, 216p., 1999.

2 – Nascimento, Jorge Carvalho, A escola de Baden-Powell, Cap. 4 O escotismo de estado, ed Imago, 352p., 2008

3 – Sodré, Benjamin, Guia do Escoteiro, Imprensa Naval, 2 ed, 1932.

Fadas no Divã

Fadas  no Divã – Psicanálise nas histórias infantis

Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso

Editora Artmed, 326 p., 2006.

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“Uma infância são ânsias.”  Marilene Felinto

Escrito por um casal de psicanalistas, pais de duas filhas, este texto denso, repleto de informações, em sua primeira parte descreve e analisa as principais histórias infantis clássicas. No momento intermediário, se debruça sobre a obra de Bruno Bettelheim, o autor clássico que primeiro estudou as histórias infantis sob o ponto de vista da psicologia de seus personagens e suas relações. Na segunda parte, descreve histórias modernas selecionadas com o mesmo critério dos contos de fadas escolhidos.

O grande mérito dos autores consiste em transformar uma análise técnica em um texto atraente e interessante, mesmo para quem não é psicanalista ou não está habituado com os textos da área, sendo uma ferramenta importante para entender a psicologia infantil, interpretada por personagens consagrados que vão desde Chapeuzinho Vermelho, Patinho Feio, Cinderela, Bela Adormecida, Barba Azul, até Turma da Mônica e Harry Potter, para citar apenas alguns dos tantos abordados.

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São descritos os relacionamentos entre os diferentes personagens, seus comportamentos, o contexto histórico onde cada história surgiu, as possíveis mensagens daquela época, as transformações e versões que as histórias foram adquirindo com o passar do tempo, onde literalmente “passam pelo divã” cada um destes ídolos infantis. Nesta sequencia, são apresentadas as atitudes assumidas nas histórias pelos personagens e seus vínculos com as atitudes verdadeiras que as pessoas apresentam no seu cotidiano.

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Neste contexto, vai traçando muitos ensinamentos para a compreensão do pensamento infantil, suas atitudes e posturas, construção da personalidade e relacionamento com o mundo adulto. Já não é propriamente um livro novo, posto que foi escrito há sete anos, mas muito atual e uma ferramenta muito importante para qualquer educador, principalmente escotistas que tanto lidam com o imaginário infantil, suas angustias e  felicidades.

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